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Estado de Minas

Espécies tiveram um ancestral comum, mas evoluções distintas

Não existiu um animal metade homem e metade macaco.


postado em 01/08/2012 09:46

O homem não dormiu macaco e acordou Homo sapiens. A evolução foi um processo extremamente vagaroso e que chegou ao estágio atual há pouco tempo: menos de 200 mil anos. Desde o Sahelanthropus tchadensis até o Homo sapiens, diversas espécies com características tanto humanas quanto simiescas povoaram a Terra e algumas coexistiram.


Atualmente, o conceito de elo perdido está ultrapassado, pois é pouco provável que um único animal fosse metade homem e metade macaco, como se sugeriu no fim do século 19. É consenso que Homo sapiens e outros primatas evoluíram de um ancestral comum. A transformação de quadrúpedes a bípedes inteligentes, contudo, foi sendo moldada de acordo com necessidades adaptativas de cada época e região do planeta, o que originou diversas espécies diferentes.


“Não se pode dizer que houve um ser que evoluiu do macaco para o homem. Foram várias populações, diferentes espécies, vários elos perdidos”, diz Michel Brunet, descobridor do único fóssil já escavado da espécie Sahelanthropus tchadensis. “É uma besteira muito grande acreditar que a evolução ocorreu em uma linha reta, com um último animal que, na geração seguinte, seria o homem.”


O estudo de fósseis mostra características comuns que não deixam dúvidas de que homens são primatas que, entre 5 e 7 milhões de anos atrás, pularam do galho dos chimpanzés para os dos seres chamados hominídeos. A partir daí, a história desses grupos divergiu e cada um seguiu diferente padrão evolutivo. A relação entre cada espécie encontrada e quais simplesmente desapareceram sem deixar descendência são questões de intenso debate entre cientistas. A maior parte deles acredita que houve entre 15 e 20 diferentes espécies de proto-humanos, mas nem isso é consenso.


Especialista em evolução biológica dos mamíferos, Leslea Hlusko, da Universidade da Califórnia, acredita que as discussões sobre os ancestrais humanos precisam envolver profissionais de diversas áreas. “Houve muitos avanços na genética que, aliados à tecnologia da computação, podem nos fornecer dados que ajudem a entender melhor as influências genéticas e ambientais por trás da evolução dos primatas, incluindo o homem”, diz.


Bernard Wood, professor de Origens Humanas da Universidade George Washington, acha que é preciso mais cautela na classificação dos galhos que formam a árvore da vida. Para ele, muitos dos fósseis apontados como ancestrais seriam, na verdade, primos próximos já extintos. “Somente a semelhança não me parece um bom critério. Se você pega o esqueleto de um chimpanzé moderno e compara ao de um homem, vai encontrar muitas semelhanças também. Mas nem por isso podemos dizer que qualquer fóssil com traços humanos pertence à nossa linhagem.”

 


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