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Estado de Minas

Senai-MG viaja pelo país para medir brasileiros e padronizar roupas

Senai-MG e Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil do Rio de Janeiro desenvolvem estudo para estabelecer parâmetros do vestuário brasileiro. Para isso, um scanner viaja pelo país para medir as pessoas


postado em 09/07/2012 07:35 / atualizado em 09/07/2012 07:40

Emagrecer, engordar ou crescer, não garantem que uma pessoa vá conseguir uma medida única de roupas, sapatos ou acessórios. As indústrias têxteis, de confecções e de moda, usam parâmetros próprios para estabelecer a numeração de seus manequins. Isso acaba provocando uma gama de problemas na hora de escolher peças para o vestuário, pois as numerações não batem com o tamanho corporal e variam de loja para loja, ou conforme as etiquetas.Por iniciativa do Conselho Nacional da Indústria (CNI), a unidade do Senai-MG e o Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (Cetiqt) do Rio de Janeiro estão desenvolvendo um estudo antropométrico da população brasileira por meio de um equipamento de scanner que registra em 60 segundos mais de 100 medidas do corpo da pessoa. A máquina é instalada geralmente em centros comerciais de grande movimentação de cidades-polo e qualquer um, de ambos os sexos e qualquer idade, pode participar da pesquisa de forma voluntária. A ideia é criar um padrão para que a indústria desenvolva seus produtos. O sigilo do participante é garantido e ele ainda pode levar o registro de medidas para futuras confecções sob medida.Esta é uma iniciativa inovadora no Brasil e terá caráter permanente, auxiliando as indústrias do vestuário e confecções no acompanhamento da evolução do biotipo da população brasileira. Até agora, cada indústria usa parâmetro próprio.

Segundo o coordenador da pesquisa em Minas e diretor escolar do Centro de Desenvolvimento Tecnológico para Vestuário (Modatec – Senai-MG), Jorge Domingos Peixoto, a indústria de confecção usa pouco da tecnologia no seu processo produtivo. O Senai-MG, com esse estudo, estará levando conhecimento ao setor com dados científicos e reais da população brasileira: “Não seria uma padronização, porque a intenção é que cada empresa conheça como está o biotipo da população e a partir daí desenvolva modelagem própria”. A pesquisa começou no Rio de Janeiro como piloto e será estendida a todo o Brasil. Em Minas, o estado foi dividido em regiões, escolhendo-se as cidades-polo regionais e também aquelas onde há forte indústria do vestuário. A coleta de dados biométricos foi feita em Belo Horizonte, Divinópolis, Montes Claros, Uberlândia, Governado Valadares e Juiz de Fora. “O que mais despertou a atenção em Minas foi a grande presença de voluntário masculino. Tivemos algumas dificuldades com esse público em outros locais”, constatou Peixoto. Agora, dados estão sendo coletados em Mato Grosso e, em breve, no Rio Grande do Norte e em São Paulo. Esse processo estatístico fornecerá uma infinidade de medidas que darão ao consumidor condições de melhorar o padrão de compras, uma vez que poderá confiar mais nos números das etiquetas do vestuário, evitando as trocas de mercadorias e facilitando a compra via internet.

Para a indústria haverá ganhos como, por exemplo, a questão do comprimento da perna de uma calça de determinado tamanho ou da manga de uma camisa. Hoje o fabricante encontra dificuldades em definir quanto deixa de bainha da calça porque um número 34 pode ficar confortável no abdômen de uma pessoa, mas comprido ou curto demais nas pernas.

Pontos cegos

A metodologia do estudo é baseada em definir medidas pelo scanner, onde o voluntário entra numa cabine e durante 60 segundos recebe flashes luminosos que conseguem captar e gravar mais de 100 medidas no corpo. Não há nenhuma gravação de rosto, nomes ou qualquer meio que identifique o escaneado. É uma coleta altamente científica e de forma individual. Entretanto, o equipamento tem alguns pontos cegos que não permitem medidas como a circunferência do pescoço, peso e altura. Esses dados são coletados manualmente, acompanhados por profissionais especializados em fisioterapia ou educação física. Segundo os pesquisadores, a técnica é muito usada na Europa e chega ao Brasil trazendo agilidade ao fabricante e ao consumidor.

Outro benefício apontado por esse levantamento de dados é que, uma vez estabelecidas as características da população em cada região do país, os fabricantes poderão usar parâmetros diferenciados em cada uma delas, seguindo os resultados biométricos. Se uma indústria trabalha com padrões do Nordeste (altura, peso, envergadura etc.) e quer se estabelecer no Sul, terá à sua disposição os dados daquela população. Isso serve também para a indústria têxtil, que poderá criar tecidos adaptáveis e mais confortáveis conforme a característica corporal de cada região.

Segurança na compra

O Senai está realizando a maior pesquisa nacional de mensuração do corpo humano e fazendo medições em todo o Brasil. O estudo, inédito no país, vai medir 10.000 pessoas até o fim de 2013 para montar uma tabela padronizada de medidas. Até o momento, o banco de dados conta com 3.380 voluntários. Esse banco está sendo criado para auxiliar a indústria têxtil e de confecções no desenvolvimento de produtos. Para o consumidor, significa mais segurança e precisão na hora de comprar roupas. Em Belo Horizonte, o censo antropométrico começou no Minas Trend Preview, que aconteceu entre 25 e 28 de abril, e atendeu aos visitantes do Minas Shopping em estande montado em maio.

Pesquisa é útil a outras indústrias

A definição de padrões para o corpo pode proporcionar um avanço importante na indústria de maneira em geral – desde evitar o desperdício de tecidos, no caso da fabricação de roupas, até auxiliar no design e na ergonomia de móveis e automóveis, com melhor aproveitamento de espaço e material. Para a indústria têxtil, a tabela de medidas é fundamental para incrementar sua participação no mercado on-line. Hoje, a falta de padrões deixa o consumidor inseguro para escolher uma peça pelo computador. O estudo já chamou a atenção das Forças Armadas, que procuram uniformes mais adaptados para sua tropa, e do setor automotivo. Saber o tamanho médio das pernas do brasileiro, por exemplo, é fundamental para desenvolver carros compactos mais confortáveis e viáveis para atender o consumidor.


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