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Estado de Minas

Identificada a porta de entrada do HIV


postado em 26/04/2012 08:09

HIV em imagem microscópica: compreensão de seu funcionamento é crucial para frear a ação do vírus(foto: Centers for Disease Control and Prevention/Reuters)
HIV em imagem microscópica: compreensão de seu funcionamento é crucial para frear a ação do vírus (foto: Centers for Disease Control and Prevention/Reuters)
Pesquisadores espanhóis anunciaram a descoberta de um importante mecanismo biológico do vírus da Aids, ao identificar, em sua superfície, uma molécula responsável por permitir que ele entre nas células dendríticas, integrantes do sistema imunológico. Em um estudo publicado no periódico PLoS Biology, os cientistas do Conselho Nacional de Pesquisas (CSIC) e do Instituto IrisCaixa, ambos da Espanha, afirmam que os resultados abrem caminho para a fabricação de uma nova classe de drogas que combatam a síndrome.

Na superfície do HIV, foram identificadas moléculas chamadas gangliósidos, constituídas por ácido siálico e hidrato de carboneto. Essas estruturas concentram-se nas membranas das células nervosas e estão presentes também, em menor quantidades, em outros tipos celulares. Quando o vírus invade uma célula, tem como objetivo se replicar e, dessa forma, se espalhar pelo organismo. Para que esse processo ocorra, o HIV se liga aos gangliósidos, que funcionam como uma porta de entrada. “Os gangliosídeos são a chave para a presença do vírus da Aids nesse tipo de célula. Ele não depende das proteínas das células dendríticas, mas, sim, dos gangliosídeos”, disse, em um comunicado de imprensa, Nuria Izquiero, pesquisadora do instituto IrsiCaixa.

Para testar a hipótese, os pesquisadores alteraram a composição de gangliosídeos presentes na superfície de vírus artificiais e lipossomas (pequenas estruturas esféricas formadas na membrana celular). Ao ligar essas partículas com as células dendríticas, eles notaram que o vírus só conseguia invadi-las, ultrapassando a barreira dos lipossomas, quando havia gangliósidos na superfície.

Os cientistas também constataram que, eliminando os gangliósidos das células dendríticas, o HIV não consegue atingir seu alvo predileto, os linfócitos TCD4. Isso ocorre porque as dendríticas agem como um cavalo de troia, apenas transportando o vírus da Aids e facilitando seu contato com os linfócitos, importantes estruturas de defesa acionadas quando o organismo detecta um corpo estranho e tenta expulsá-lo. Ao fechar as portas das células dendríticas ao HIV, os pesquisadores conseguiram fazer com que ele ficasse longe dos TCD4.

Células-tronco Essa é a segunda vez em duas semanas que cientistas anunciam avanços significativos na pesquisa contra a Aids. Outra importante descoberta, da Universidade da Califórnia, é que células-tronco podem eliminar o vírus do organismo, algo que até hoje não havia sido constatado. Em modelos animais, os pesquisadores desenvolveram células que, injetadas, conseguiram não só evitar a propagação do HIV, como varrê-lo completamente da corrente sanguínea. Isso aconteceu porque os pesquisadores estimularam a produção abundante de TCD4. Com os linfócitos fortalecidos, o organismo dos ratos infectados conseguiu fazer o que se espera em casos de ataques por vírus, fungos e bactérias: organizar um poderoso exército natural, que elimina de vez o HIV.


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