O crime está à solta

Está aberta a temporada de jogos – para dispositivos móveis – envolvendo quadrilhas, gângsters e crime organizado. De dezembro até hoje, pelo menos cinco games com essa temática foram lançados nas principais lojas on-line dos fabricantes. O enredo é basicamente o mesmo: o jogador entra no papel de um criminoso que precisa realizar trabalhos para chefões da máfia ou grupos influentes e, aos poucos, consegue notoriedade suficiente para se recuperar e virar o comandante de todo o jogo.  Entre os lançamentos, o mais aguardado foi o Grand theft auto III (GTA III), da Rockstar, para aparelhos com sistema operacional iOS (da Apple). O jogo comemora o 10º aniversário da saga e reúne os melhores elementos das tramas anteriores. GTA III chega justamente para tomar de volta o terreno perdido para games como o Gangstar Rio: city of saints e o recém-lançado Urban crime, ambos da Gameloft.  Os desenvolvedores enfrentam ainda dois desafios na adaptação desse tipo de jogo. O primeiro é quanto à capacidade de processamento e à qualidade gráfica dos jogos, que, mesmo com o desenvolvimento da indústria, não encontram hardware suficiente para rodar sem travamentos. O segundo é quanto aos controles. Telas touchscreen podem ser complicadas para quem está acostumado com os joysticks.  Para saber se eles superaram esses entraves, veja a seguir como eles se saíram nos testes.

GTA III
A série Grand theft auto acumula sucessos e polêmicas por ter sido uma das percursores dessa temática em que o jogador está do lado dos bandidos e deve fazer de tudo para alcançar o sucesso, mesmo que isso inclua atropelar inocentes na calçada. A versão para iOS é praticamente a mesma lançada para o PlayStation 2, em 2002, com poucas melhorias na parte gráfica. Mesmo assim, são horas garantidas de entretenimento divididas por missões. A cada uma conquistada, mais respeito e poder o jogador ganha. Os comandos são bem intuitivos e o jogador pode personalizar o tamanho e a posição deles na tela. Eles também estão adequados para quem se diverte utilizando o iPhone e o iPod Touch – o que é importante, pois evita que as mãos atrapalhem o campo de visão. Uma das dificuldades iniciais é coordenar a direção – após o roubo de um carro – e atirar contra a gangue inimiga. Ligar o acelerômetro nas configurações do game pode ser uma boa pedida, pois, assim, basta girar o iGadget para fazer curvas. Um dos pontos negativos é a pobreza de cenários e objetos. Os carros são sempre os mesmos e há poucas opções de armas. E mesmo com a adoção de gráficos em HD, a imagem parece antiga e pixelada (com aqueles quadriculados). O som é outra parte fraca. As músicas e vozes são as mesmas do jogo de nove anos atrás.
» Produção: Rockstar
» Desenvolvimento: Rockstar
» Disponível: para iOS
» Número de jogadores: 1 (single-player)
» Preço: US$ 4,99

Avaliação
Jogabilidade

Entretenimento

Gráficos

Som

Gangstar Rio: city of saints
O cenário inicial é o Rio de Janeiro, com todos os clichês de grande parte dos estrangeiros: sol, praia, favelas, floresta, samba e mulheres bonitas. Fora esses estereótipos, a Gameloft acertou em vários pontos do Gangstar, o que o torna um dos melhores jogos do gênero para iOS. Para começar, todo o game é traduzido para o português do Brasil, inclusive diálogos – não estranhe quando alguém falar de novela ou soltar um palavrão bem brasileiro – e nome das fases, como a intitulada “Vem aqui para o seu tigrão”. São mais de 60 missões, com um arsenal de escopetas, bazucas, granadas e pistolas. Um dos pontos positivos do jogo é o áudio. Além de apresentar algumas músicas brasileiras licenciadas, como Língua de tamanduá (MV Bill), o game permite que o jogador coloque a própria playlist (do iPod, por exemplo) para rodar. Assim, ao roubar um carro, uma música disponível no seu iGadget vai ser ouvida e, dependendo do seu gosto musical, algumas situações hilárias podem ocorrer, como ouvir Roberto Carlos no meio de uma troca de tiros. O ponto fraco de Gangstar está na jogabilidade: os controles estão distantes e não são intuitivos. Na hora de correr com carros, é complicado controlar as direções do veículo (mesmo usando o acelerômetro) e atirar, por exemplo. Já os gráficos são melhores que os de GTA III, mas ainda carecem de um upgrade para a próxima atualização.
» Produção: Gameloft
» Desenvolvimento: Gameloft
» Disponível: para iOS e BlackBerry
» Número de jogadores: 1 (single-player)
» Preço: US$ 6,99

Avaliação
Jogabilidade

Entretenimento

Gráficos

Som

Urban Crime
Com Urban crime, não há aquela conversa mole do começo, de mostrar a vida do personagem principal. De cara, o jogador se vê no meio da rua, sem explicação nenhuma do que está ocorrendo. De repente, um personagem, que se diz ser seu primo, começa a dar as instruções sobre comandos e o que se deve fazer. Em seguida, já se está dentro de uma gangue e há missões a cumprir. São dois vastos territórios para serem conquistados pelos aliados. O recém-lançado título da Gameloft está na categoria conhecida como freemium, no qual, apesar de ser gratuito para download, é preciso desembolsar uma boa quantia de dinheiro (real) para chegar mais longe na carreira criminosa. Isso é percebido no decorrer da história, quando o jogador se vê diante de objetos perfeitos para cumprir as missões com mais rapidez, como carros e armas. Se você tem verdinhas para arcar com isso, vá em frente. Caso contrário, espere, pois as fases são, na maioria, fáceis e logo esses itens caros são desbloqueados. Nos quesitos gráficos e entretenimento, o Urban Crime não decepciona. A jogabilidade, no entanto, poderia ser aprimorada com mais opções de configurações do controle. A música, às vezes, é irritante e pode atrapalhar a concentração. Fora isso, por ser um jogo gratuito até certo ponto, o Urban crime compensa.
» Produção: Gameloft
» Desenvolvimento: Gameloft
» Disponível: para iOS
» Número de jogadores: 1 (single-player)
» Preço: gratuito

Avaliação
Jogabilidade

Entretenimento

Gráficos

Som