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Estado de Minas

Brasil se compromete a oferecer serviço de internet 4G na Copa do Mundo


postado em 22/11/2011 08:33

O poder de compra do consumidor brasileiro e as oportunidades de investimento transformaram o Brasil em um lugar estratégico para o mercado de tecnologia. E, apesar de as novidades do setor chegarem cada vez mais rápido ao país, os produtos que desembarcam por aqui estão longe de ser equiparados aos das nações desenvolvidas. A internet móvel de quarta geração é um exemplo claro: a menos de três anos para a Copa do Mundo, o governo ainda não realizou o leilão da banda que vai permitir a implementação da tecnologia LTE (sigla para Long Term Evolution), que possui as velocidades mais rápidas para a internet 4G. Apenas uma operadora brasileira oferece o serviço considerado de quarta geração, mas ainda em velocidades inferiores às dispiníveis no Chile e nos Estados Unidos, por exemplo.

A União Internacional de Telecomunicações (UIT) definiu como quarta geração três tipos de tecnologias: LTE, WiMax Móvel e HSPA+. Embora todas façam parte da mesma classe, apresentam velocidades diferentes. As duas primeiras transferem dados a uma taxa de aproximadamente 10 megabits por segundo (Mbps), enquanto a HSPA+ trabalha, em média, a 5Mbps. Essa diferença reduz pela metade o tempo de download de uma música ou de um filme (veja quadro). “No começo, a UIT disse que apenas a LTE e a WiMax móvel eram 4G, mas a entidade acabou ampliando o conceito. Por isso, muita gente chama a HSPA+ de internet 3,5G”, explica Erasmo Rojas, diretor da 4G Americas para a América Latina e o Caribe. Atualmente, apenas a Claro oferece a HSPA+, em operação desde agosto; e a Oi está realizando testes para a implementação.

Rojas explica que, apesar de ter velocidade inferior, a tecnologia HSPA+ pode ser bastante satisfatória. Isso porque, dentro dessa tecnologia, há uma escalada de evolução, definida a partir do que os especialistas chamam de taxa de transmissão teórica no downlink — que não é o que o usuário tem à disposição, mas a capacidade máxima dos equipamentos da operadora. A Claro está trabalhando com a mais baixa.

Enquanto isso, nos EUA, três operadoras oferecem a quarta geração com tecnologia LTE. A maior delas, a AT&T, planeja alcançar 7 milhões de assinaturas de 4G até o fim do ano, a partir de modems, smartphones e tablets. Para Chris Pearson, presidente global da 4G Americas, os norte-americanos “puxam” o desenvolvimento desse tipo de tecnologia. “O mercado da América do Norte é muito desenvolvido. Os EUA lideram a venda de celulares inteligentes, as subscrições de banda larga móvel e os aplicativos para download”, diz Pearson ao Correio. “Noventa e nove por cento dos smartphones vendidos por ano são comercializados nos Estados Unidos”, observa.

Caça ao espectro
O problema nos EUA, que ocorre também no Brasil, é a falta de espectro para a construção de redes de quarta geração. O espectro é, grosso modo, o espaço no ar dedicado à propagação de ondas. Esse espaço é limitado e “loteado” pelos governos dos países. “A maioria dos operadores norte-americanos não têm banda de transmissão para construir redes LTE”, afirma Chris Pearson. Há 30 prestadores de serviço no país, apenas três já lançaram a tecnologia 4G. Segundo Pearson, o governo dos EUA dedicou boa parte do espectro para o Departamento de Defesa. “Mas é preciso ter uma alternativa para a internet móvel. Quando você olha para a história, percebe que a rede tem a qualidade dos dias de hoje graças a decisões tomadas no passado”, aponta. Pearson também falou sobre o assunto na LTE Conference, em Dallas, na semana passada, evento que reuniu diversas instituições do setor.

Por aqui, quem tem pressa é o governo da presidente Dilma Rousseff. Um dos compromissos que o país assumiu para a realização da Copa de 2014 é a disponibilidade de internet 4G, pelo menos, nas cidades sedes. “Para um evento como esse, você vai precisar dessa tecnologia. Os jornalistas que estarão no centro de imprensa, por exemplo, vão querer transferir vídeos de alta resolução pela internet”, lembra Erasmo Rojas. O leilão da banda de transmissão está marcado para abril do ano que vem, mas quem está chiando são as operadoras. A Tim chegou a pedir o adiamento, que foi imediatamente negado pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.

“Algumas operadoras querem adiar o leilão porque acham que os custos serão muito altos. Elas mal se recuperaram dos investimentos em 3G e agora terão de colocar mais dinheiro em 4G”, destaca Rojas. Um dos principais desafios, diz o especialista, é melhorar a rede backhaul — a capacidade de transmissão com fibra óptica. Até a terceira geração, a transmissão é feita por meio de cabos simples, mas, para atingir velocidades maiores, a migração é necessária. “Esse é um dos problemas, porque o Brasil é muito grande e precisa melhorar o backhaul”, diz Rojas. Outras medidas para transformar HSPA em HSPA+ seriam a atualização do software na estação de rádio base e a instalação de aparelhos capazes de suportar a nova velocidade.

Oportunidade
Compare as velocidades de transmissão entre as tecnologias de internet móvel mais populares:

HSPA (3G)
Velocidade: 2Mbps
Tempo para download de uma música: 20 segundos
Tempo para download de vídeo HD: 6 horas

HSPA+ (4G)
Velocidade: 5Mbps
Tempo para download de uma música: 8 segundos
Tempo para download de filme HD: 2 horas

LTE (4G)
Velocidade: 10Mbps
Tempo para download de uma música: 4 segund

 


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