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Estado de Minas

Brasileiras trocam implante francês de silicone

Pacientes do Distrito Federal que tiveram ruptura da prótese fabricada por empresa investigada na França passaram por cirurgia


postado em 31/12/2011 08:35 / atualizado em 31/12/2011 08:41

Brasília – Apesar de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmar que não há casos no Brasil de ruptura de próteses mamárias da fabricante francesa Poly Implants Prothèse (PIP), ao menos dois casos já foram verificados por cirurgiões. No Distrito Federal, duas pacientes tiveram de substituir os implantes de silicone da marca por causa de vazamento. A baixa qualidade do produto, o alto número de casos de ruptura e a suspeita de causa câncer fez o governo da França lançar série de medidas restritivas à PIP. Ao todo, 25 mil brasileiras colocaram próteses PIP, segundo a Anvisa.

Além disso, as autoridades de saúde francesas recomendaram que as mulheres que tenham próteses mamárias da PIP façam a retirada preventiva do implante, devido ao alto risco de ruptura e inflamação. Ontem, a Agência de Produtos Sanitários (Afssaps, em francês) anunciou o registro de 20 casos de câncer em mulheres que usaram implantes da empresa. Segundo a agência, no entanto, “no momento não se estabeleceu que esses casos sejam atribuídos aos implantes PIP”. Nas 672 extrações preventivas de próteses registradas na Afssaps, 23 rupturas e 14 casos de transpiração do silicone foram descobertos.

O cirurgião plástico Marcelo Mariano, que fez em Brasília a troca de implantes PIP em duas pacientes devido à ruptura, descarta que a incidência de câncer seja maior naquelas que tenham próteses da empresa. “O silicone arrebentado a longo prazo pode causar problemas, seja de qual marca for”, alerta. Ele conta que sua clínica fez uma relação de todas as mulheres que haviam colocado implantes da PIP e contatou as 85 pacientes para exames.

O médico não considera que o número de rupturas seja excessivo e aconselha que as portadoras de próteses façam seus exames regularmente e somente troquem os implantes em caso de necessidade. “Quem está com a prótese íntegra não tem com o que se preocupar”, afirma.

O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Sebastião Nelson Edy Guerra, recomenda que os médicos associados reportem à entidade qualquer problema com a prótese. Ele criticou a Anvisa pela demora em agir, mas afirmou que não há motivo para pânico. “Achamos que a Anvisa demorou muito para tomar providências. A princípio, não é preciso fazer a troca da prótese, mas vale a pena procurar um médico para fazer uma avaliação”, disse.

A servidora pública Aline Costa Almeida Araújo, de 34 anos, conta ter ficado em alerta quando soube das recomendações do governo francês. Ela planejou uma visita a sua médica para fazer uma avaliação. “Fiquei mais tranquila quando liguei para o fabricante porque soube que a marca da minha prótese é diferente da PIP”, relata Aline.

Fabricante


A Anvisa informou que a comercialização das próteses PIP estão suspensas desde abril do ano passado, quando o governo francês fechou a fábrica e que, agora, cancelou o registro das próteses e determinar o recolhimento das cerca de 10 mil que ainda estão sob a guarda do importador brasileiro.

O que fazer


Procure informar-se sobre a marca da sua prótese de silicone com o seu médico ou o fornecedor. Se o produto for da Poly Implants Prothese (PIP), a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) aconselha uma avaliação clínica devido à maior frequência de rompimento e de reações inflamatórias. Os casos mais urgentes são aqueles em que a paciente sente incômodo na região do implante.

Para aquelas pessoas que tiverem de realizar nova operação para a troca da prótese, os órgãos de defesa do consumidor informam que os gastos devem ser assumidos pelo responsável pelo produto. Como a fabricante da PIP fechou no ano passado, a importadora do produto, European Medical Instruments (EMI Importação e Representação), deve arcar com os custos. É preciso recorrer ao Procon ou acionar a Justiça.

Nos casos gerais, a recomendação é não faltar aos exames periódicos, que devem ser feitos ao menos uma vez por ano. As rupturas de próteses, na maioria das vezes, não apresentam sintomas e podem ser detectadas em exame clínico. Por isso, a importância de um acompanhamento médico regular.


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