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Estado de Minas

Justiça solta homens que mataram mulher a pauladas na Argentina


postado em 16/06/2017 20:52

Três homens que mataram uma mulher a pauladas, depois de torturá-la amarrada a uma árvore, foram postos em liberdade, nesta sexta-feira (16), recebendo uma pena mínima.

A Justiça considerou que foi sem querer e que não se tratou de um caso de feminicídio.

Marisela Pilz Pozo tinha 27 anos quando foi morta, e seu corpo, abandonado, no ano passado, no meio da rua em González Gatán, na pobre periferia oeste de Buenos Aires, segundo documentos judiciais.

"O que nós entendemos que é um feminicídio foi, para a Justiça, um homicídio preterintencional, ou seja, que a mataram sem querer e ignoram a tortura para matá-la", disse à AFP o advogado Matías Bernal, representante da família da vítima.

"Essa sentença vergonhosa, que mostra uma matriz de machismo no Sistema Judiciário argentino, deixou os três acusados em liberdade na semana passada, após receber uma pena mínima de um ano de prisão em sursis", disse Bernal.

A soltura dos acusados foi possível, após a modificação da acusação de "homicídio culposo" para "homicídio preterintencional", ou seja, quando o desfecho do ato difere da intenção inicial.

Nesta sexta, Bernal deu um primeiro passo na Justiça para iniciar um pedido de apelação da sentença e levar o caso à Câmara de Cassação.

"Acreditamos que, se houver julgamento, temos os elementos para sustentar que se tratou de um feminicídio. Com um homem não existem esses níveis de tortura e violência sexual", indicou.

A assessoria do gabinete do procurador Carlos Alfredo Luppino, que enviou a notificação da polêmica sentença, não retornou o contato da AFP.

"Como disse a família de Marisela, vivem um duplo homicídio: o de sua filha e o de uma Justiça que carece de perspectiva de violência de gênero. Deixa seu homicídio na impunidade e revitimiza de novo à vítima", declarou o advogado.

Em 2016, na Argentina, foram registrados 254 feminicídios, 19 a mais do que no ano anterior. Uma mulher é assassinada a cada 34 horas apenas por seu gênero. A sociedade reagiu com o movimento em massa #NiUnaMenos, que se espalhou pelo mundo, em defesa da igualdade de gênero, contra o patriarcado e os feminicídios.


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