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Estado de Minas

Venezuela rejeita suspensão do Mercosul e proclama permanência


postado em 02/12/2016 11:07

A Venezuela rejeitou a decisão dos países sócios do Mercosul de suspender seus direitos como Estado membro por descumprir normas comerciais e democráticas, o que representa a mais dura sanção de uma entidade internacional em meio à crise interna.

Ao denunciar uma "lei da selva" que está "destruindo" o Mercosul, a chanceler Delcy Rodríguez disse nesta sexta-feira que a Venezuela "não reconhece este ato írrito" de suspender seu país.

Rodríguez também lançou um desafio ao advertir que o rico país petrolífero - afundado em uma grave crise política e econômica - "seguirá exercendo a presidência legítima (do Mercosul) e participará com direito a voz e voto em todas as reuniões como Estado Parte".

"Convocamos os povos do MERCOSUL a não deixarem arrebatar seus mecanismos de integração, sequestrados x burocratas intolerantes", escreveu Rodríguez em sua conta na rede social Twitter.

A suspensão ocorreu após a conclusão na quinta-feira do prazo de três meses que os fundadores do grupo - Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai - deram ao governo de Nicolás Maduro para que incorporasse a sua legislação uma série de disposições comerciais e políticas, incluindo uma relacionada aos direitos humanos.

A Venezuela - que entrou no bloco em 2012 - sustenta que alguns dos compromissos de adesão se chocam com suas normas internas, embora na terça-feira tenha dito estar disposta a assinar um dos convênios comerciais pendentes, relacionado às tarifas comuns e à livre circulação de bens.

Consequentemente, os demais sócios enviaram a ela um "comunicado" para indicar que seus direitos no bloco "estão suspensos", informou na quinta-feira à AFP uma fonte do governo brasileiro.

Rodríguez indicou que "esta notificação não existe" e a chamou de "falsa". De acordo com a fonte brasileira, a informação não foi divulgada publicamente porque provavelmente "ainda não foi recebida" oficialmente em Caracas.

A suspensão vinha sendo desenhada desde que os outros Estados membros bloquearam em julho o acesso do país caribenho à presidência semestral do grupo. Em setembro decidiram ocupar a vaga de forma colegiada, ao lançar o ultimato.

A suspensão "foi natural, era esperada", disse a fonte.

- Venezuela denuncia "perseguição" -

Em meio a uma dura troca de farpas com seus sócios, a Venezuela disse que na quarta-feira ativou um mecanismo de resolução de controvérsias do bloco ante o que chamou de "agressões e perseguição" pelo "desconhecimento" de sua presidência pro tempore.

"Pedimos (...) aos países que violam a institucionalidade do Mercosul que se abstenham de qualquer ação contra nosso país", disse Rodríguez na quinta-feira no Twitter.

Maduro proclamou em várias ocasiões a determinação da Venezuela em permanecer no bloco. "Se nos tirarem pela porta, entraremos pela janela", advertiu.

Embora os membros do Mercosul não vinculem diretamente a sanção com a crise interna, ela representa a censura mais forte de uma entidade internacional contra a Venezuela em meio às tensões políticas e à crise econômica, agravada pela queda dos preços do petróleo.


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