Lamia, a empresa do avião com matrícula boliviana que caiu na Colômbia com os jogadores do time da Chapecoense a bordo, também transportou outras equipes, como a seleção argentina do astro Lionel Messi.
Como se chama a empresa aérea?
Lamia (Linha Aérea de Mérida) nasceu na Venezuela em 2009 e em 2015 obteve a licença para operar na Bolívia. Conta com pelo menos duas aeronaves BA-146 modelo RJ85 com capacidade para 90 passageiros.
Desde que começou a operar em 2015 na Bolívia, se especializou em voos fretados para seleções, como as da Argentina, Venezuela e Bolívia, além dos times da primeira divisão do futebol boliviano.
Na Bolívia obteve a permissão com o nome "Lamia Corporation SRL" para realizar "serviços aéreos não-regulares, domésticos e internacionais de transporte de passageiros, carga e correio", segundo uma resolução dessa data da Direção de Aviação Civil da Bolívia.
Gustavo Vargas, diretor da Lamia, disse em coletiva de imprensa em Santa Cruz que seu capital líquido é boliviano. Entretanto, segundo declarações recolhidas pelo jornal El Deber, é um empresário venezuelano - não identificado - que aluga as aeronaves.
Entre os falecidos está o piloto boliviano Miguel Alejandro Quiroga, sócio da empresa.
Qual o tipo da aeronave que caiu?
Trata-se de um BA 146, fabricado pelo British Aeroespace, modelo RJ85, que fez seu primeiro voo em março de 1999 com a empresa americana Mesaba Airlines. Passou a ser propriedade da irlandesa Citijet em 2007, companhia que a vendeu para a Lamia da Venezuela em 2013, segundo o site especializado Planespotters.net.
Messi a bordo
Uma aeronave da empresa levou os jogadores da alviceleste para Belo Horizonte, para o jogo do dia 10 de novembro contra o Brasil, que venceu a partida por 3-0, pela 11ª rodada das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018. Durante o voo de ida, Messi não estava a bordo, pois havia embarcado direto de Barcelona.
Não obstante, no voo de retorno para a Argentina 'Lio' estava junto com a equipe para se concentrar para a partida contra a Colômbia, segundo os meios de comunicação de La Paz e Bogotá.
Outros meios colombianos assinalaram que a aeronave do acidente foi utilizada pelos argentinos.
Seleções sul-americanas
Também pela 11ª rodada das eliminatórias, outro avião da mesma empresa levou a seleção da Bolívia para a Venezuela, onde foi goleada por 5-0. O voo de volta foi igualmente operado pela empresa, de acordo com uma publicação da Lamia no Twitter.
Em 1º de setembro, durante a 7ª rodada da competição, a Lamia transportou a seleção venezuelana para a partida contra a Colômbia, em Barranquilla.
A linha aérea particular também levou equipes bolivianas e uma paraguaia, quando disputaram partidas internacionais.
Clubes sul-americanos
A Lamia transportou o Olimpia do Paraguai para a Argentina para uma partida contra o River Plate, pela Copa Conmemoración, em novembro do ano passado.
O boliviano The Strongest também viajou de La Paz para a Venezuela para um jogo contra o Trujillanos, em Valera, pela Libertadores.
Sua última viagem foi com a Chapecoense, que foi até a Bolívia em um voo comercial para depois depois embarcar na aeronave da Lamia em Santa Cruz, que levaria a equipe até Medellín.
O avião CP2933 da Lamia caiu na noite de segunda-feira a noroeste da Colômbia, com a Chapecoense, que deveria disputar a partida de ida da final da Copa Sul-Americana com o Atlético Nacional, da Colômbia.
A aeronave declarou situação de emergência "por falhas elétricas" às 22H00 locais de segunda-feira (01H00 de terça-feira em Brasília) a 50 km de Medellín, segundo um comunicado do Aeroporto José María Córdoba.