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Estado de Minas

Austrália: Grande Barreira sofre maior morte de corais já observada


postado em 29/11/2016 16:55

A Grande Barreira de Corais sofreu este ano a maior morte destes animais já observada, gerando preocupação sobre o futuro desta joia natural inscrita no Patrimônio da Humanidade da Unesco, anunciaram cientistas nesta terça-feira.

O delicado ecossistema, que se estende sobre uma superfície de 2.300 km - o maior do mundo -, sofreu seu pior episódio de branqueamento devido à elevação da temperatura da água entre março e abril.

A zona norte da Grande Barreira, a mais inacessível, foi a mais afetada.

O Centro de Excelência para os Estudos de Recifes de Coral da Universidade James Cook realizou neste ano reconhecimentos aéreos deste símbolo da Austrália, assim como estudos subaquáticos.

As análises revelaram que, em uma área de 700 km no norte da Grande Barreira, dois terços dos corais morreram nos últimos oito ou nove meses.

"A maioria das perdas de 2016 ocorreram na parte mais setentrional, a mais intacta, da Grande Barreira", disse Terry Hugues, diretor do Centro. "Esta região só tinha sofrido danos menores nos dois episódios anteriores de branqueamento, em 1998 e no ano 2000, mas esta vez resultou gravemente afetada".

Mais ao sul, nas zonas central e meridional, incluindo as áreas turísticas de Cairns e das ilhas Whitsunday, os danos foram muito menores, já que os corais não estiveram tão expostos ao calor.

O branqueamento é um fenômeno de debilitação provocado por condições anormais, como o aumento da temperatura da água. Em situações de estresse, os corais expulsam as algas simbióticas que lhes dão sua cor e seus nutrientes.

Os recifes podem se recuperar se a água esfriar, mas acabam morrendo se o fenômeno persiste.

Os defensores do meio ambiente, que culpam os gases de efeito estufa pelo aquecimento global, voltaram a exigir nesta terça-feira o fim da exploração das minas de carvão.

Os esforços australianos

"Este é o preço devastador que pagamos quando o Governo australiano mantém a duras penas a indústria do carvão", lamentou Shani Tager, da ONG Greenpeace Austrália.

Camberra assegura que nunca fez tantos esforços para proteger a Grande Barreira, que também sofre as consequências dos resíduos agrícolas e da proliferação de estrelas-do-mar, que destroem os corais.

A Austrália se comprometeu a gastar mais de dois bilhões de dólares australianos (cerca de 1,5 bilhão de dólares americanos) em um prazo de 10 anos para combater o problema.

Em 2015, a Unesco esteve a ponto de incluir a Grande Barreira na sua lista de patrimônios em perigo e, antes de 1º de dezembro, Camberra deverá entregar à instituição um relatório explicando seus esforços para proteger os corais.

Os pesquisadores consideram que serão necessários entre 10 e 15 anos para que a parte norte recupere seus corais, mas temem que nesse período ocorra um quarto episódio de branqueamento massivo.

Se os níveis de gases de efeito estufa continuam subindo, estes episódios vão ocorrer a cada dois anos até meados de 2030, alertou o Centro da James Cook.

Considerando o tempo que os corais necessitam para se recuperar, "é possível que percamos extensas zonas da Grande Barreira em apenas 20 anos".

Por enquanto, os turistas não perceberão o branqueamento, já que as zonas mais acessíveis foram as menos afetadas.

"A boa notícia é que os dois terços meridionais do recife só sofreram danos menores", disse Andrew Baird, que realizou as pesquisas subaquáticas em outubro e novembro. "Em média, 6% dos corais branqueados da região central morreram em 2016, e apenas 1% no sul. Os corais recuperaram suas cores vivas e esses recifes estão em bom estado".


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