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Estado de Minas

Advogados de três elefantes acusam Zoo argentino de maus-tratos


postado em 24/11/2016 20:31

O Zoológico de Buenos Aires, que está em processo de transformação em um ecoparque, pode oferecer melhores condições às suas três elefantes fêmeas, de acordo com os advogados defensores desses paquidermes, que acusam o local de maltratar os animais.

Como no caso em que a orangotango Sandra, que vive nesse mesmo zoológico, foi considerada um "sujeito não humano" com seus direitos reconhecidos, em 2014, desta vez uma ONG foi autorizada pela Justiça argentina a representar as elefantes Mara, de 52 anos, Kuki, de 34, e Pupi, de 32, segundo um ditame da Unidade Fiscal Especializada em Matéria Ambiental (Ufema).

"As três elefantes estão vivendo uma situação muito complexa porque, em primeiro lugar, não se dão bem entre elas", disse na quinta-feira (24) à AFP Andrés Gil Domínguez, advogado desta ONG, a Associação de Funcionários e Advogados pelos Direitos dos Animais (Afada).

Mara, Kuki e Pupi moraram por quase duas décadas no Zoológico de Buenos Aires, recentemente fechado para ser transformado em um ecoparque. Elas têm de se revezar para sair da jaula fechada, uma réplica de um templo hindu de Bombaim, e tomar ar em uma espécie de rotunda de terra.

O ex-zoológico indicou que o estado em que as três elefantas se encontram atualmente "é normal", ao se tratar de animais em cativeiro.

O atual ecoparque ocupa 18 hectares em uma das zonas mais nobres da capital argentina. Como zoológico, foi fechado pela prefeitura em junho para ser transformado em um parque com animais autóctones e resgatados do tráfico ilegal.

No entanto, a transição e a missão de trasladar os animais mais exóticos - como girafas, búfalos, gorilas e camelos - para santuários não estão sendo fáceis.

Segundo o advogado, o lugar onde as elefantes vivem não cumpre os padrões de um recinto para essa espécie, de modo que os animais "estão sofrendo de determinadas patologias por essa clausura".

"Medidas urgentes"

A defesa dos paquidermes pede "que sejam tomadas medidas urgentes, que sejam convocados especialistas nacionais e internacionais, que o estado de saúde seja avaliado e que se crie um plano de traslado para um santuário o mais rápido possível", indicou Gil Domínguez.

Um dos problemas mais evidentes que os advogados consideram "maus-tratos" é que os três elefantes têm origens distintas e, por isso, não podem ser obrigadas a compartilhar um espaço tão reduzido como o de um zoológico.

"Coincidimos com a parte demandante na questão do espaço. Deveriam estar em um lugar mais amplo, sem precisar se revezar para sair" para a praça onde entretêm o público, indicou o diretora de Biodiversidade do Zoológico, Rosario Espina.

É verdade que "se pode melhorar muitíssimo sua vida cotidiana em cativeiro", mas "não há um alarme de uma situação preocupante em termos de saúde dos animais neste momento", afirmou Espina.

"São animais que nasceram em cativeiro, uma das elefantes vem de uma apreensão, e não poderiam ser soltas em seus ambientes naturais sob nenhum ponto de vista", argumentou.

O tema é acompanhado com atenção em um país onde o caso da orangotango Sandra estabeleceu a jurisprudência, batalhada por organismos de defesa dos direitos dos animais, para evitar seus maus-tratos e para avançar na abolição do uso de espécies exóticas em zoológicos e circos.


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