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Estado de Minas

Morre o Nobel da Paz e ex-presidente de Israel Shimon Peres


postado em 28/09/2016 09:31

O ex-presidente israelense e prêmio Nobel da Paz Shimon Peres faleceu na madrugada desta quarta-feira, aos 93 anos, notícia que provocou uma onda de homenagens em memória de um dos pais fundadores do Estado de Israel.

"Com uma profunda tristeza, hoje nos despedimos de nosso pai amado, o nono presidente de Israel, Shimon Peres", disse à prensa, entre lágrimas, seu filho Chemi, no hospital Tel Hashomer de Ramat Gran, na região de Tel Aviv.

Peres faleceu no hospital, quando dormia, às 3H00 (21H00 de Brasília, terça-feira), em razão de um acidente vascular cerebral, informou seu médico pessoal e genro, Rafi Walden.

"Ele nos deixou sem sofrer", disse à imprensa. Estava cercado por sua família.

Com Shimon Peres desaparece o último integrante da geração dos pais fundadores do Estado de Israel e um dos principais artífices dos acordos de Oslo, que estabeleceram as bases para uma autonomia palestina nos anos 1990 e provocaram a esperança de uma resolução do conflito.

Peres era a única figura ainda viva dos três homens que dividiram o prêmio Nobel da Paz em 1994 "por seus esforços a favor da paz no Oriente Médio", após a morte do ex-primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin - assassinado em 1995 - e do ex-presidente palestino Yasser Arafat, em 2004.

Autoridades de todo o mundo prestaram homenagens. Era uma destas pessoas que "mudam o curso da história", disse o presidente americano Barack Obama. Um "gênio de grande coração", afirmou o ex-presidente Bill Clinton, que supervisionou a assinatura dos acordos de Oslo em 1993.

O presidente russo, Vladimir Putin, elogiou sua "coragem e sentimento patriótico".

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, afirmou que Peres foi um "sócio corajoso para a paz" e fez "esforços constantes e ininterruptos para alcançar a paz desde Oslo", segundo a agência oficial palestina Wafa.

Vários líderes estrangeiros comparecerão ao funeral, que acontecerá na sexta-feira em Jerusalém.

Os presidentes americano, francês e alemão e o príncipe Charles da Inglaterra, entre outros, devem assistir ao sepultamento no cemitério do monte Herzl, onde estão enterradas as grandes figuras de Israel, informou o ministério das Relações Exteriores.

- Um sábio da nação -

Seus aliados descreveram Peres como fiel a sua reputação, uma figura incansável até o fim, comprometido com Israel, a paz e o futuro. Depois de sofrer duas crises cardíacas em janeiro, retomou as viagens, para África do Sul, Canadá e o Vaticano, recordou o genro.

No dia 13 de setembro chegou a pronunciar um discurso de uma hora. Mas no mesmo dia, sofreu um acidente vascular cerebral grave com hemorragia interna.

Presente nas grandes batalhas da curta história do Estado hebreu e em suas agudas controvérsias políticas, Peres mudou sua imagem de guerreiro para a de um político de consenso, sendo considerado um "sábio" da nação.

"Shimon dedicou sua vida ao renascimento de nosso povo. Era um visionário que olhava para o futuro. Era também um paladino da defesa de Israel, cujas capacidades reforçou de múltiplas maneiras", disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que convocou o gabinete para uma reunião de luto.

Primeiro-ministro em duas oportunidades, de 1984 a 1986 e em 1995-1996, presidente de 2007 a 2014, Peres ocupou durante mais de meio século de vida pública diversos cargos e foi ministro das Relações Exteriores, Defesa, Informação, Transportes e Integração.

Peres, que entrou para a política aos 25 anos graças ao fundador de Israel, David Ben Gurion, foi um dos arquitetos do programa nuclear de Israel, país considerado a única potência atômica militar do Oriente Médio.

Apesar dos acordos de Oslo e das negociações de paz, os palestinos têm uma visão muito mais turva do homem que aprovou as primeiras colônias judaicas na Cisjordânia e ainda era primeiro-ministro quando a aviação israelense bombardeou o povoado libanês de Cana, matando 106 civis em abril de 1996.

Depois de ocupar a presidência, permaneceu ativo no Centro Peres para a Paz, que promove a coexistência entre judeus e árabes, em um momento de pessimismo sobre a perspectiva de solucionar o conflito israelense-palestino.


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