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Estado de Minas

Especialista britânico aborda saída do Reino Unido da UE


postado em 24/06/2016 07:57 / atualizado em 24/06/2016 08:01

O especialista Mark Stuart fala sobre a saída do Reino Unido da UE(foto: Arquivo Pessoal )
O especialista Mark Stuart fala sobre a saída do Reino Unido da UE (foto: Arquivo Pessoal )
O povo do Reino Unido enfrentou sua maior decisão em uma geração política: se permanece ou se abandona a União Europeia (UE). Durante a campanha pelo referendo, o debate tem sido dominado por questões em torno da economia. Poderia o Reino Unido sobreviver de fora da UE? No entanto, nenhuma evidência de experts em economia do lado da permanência, emanando do Fundo Monetário Internacional (FMI), da Organização para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento (OECD) ou o Banco Mundial, parece ter surtido qualquer efeito sobre as pesquisas de opinião.

A razão pela qual metade do povo britânico não escutou essa evidência clara está no fato de que eles têm uma conexão emocional muito pequena com a União Europeia. Para eles, esta é uma instituição remota e antidemocrática. Questões sobre nacionalidade e identidade nacional importam mais: quem governa o Reino Unido, e podemos "chutar os patifes" para fora, em eleições gerais? O sistema eleitoral britânico lhes permite fazerem isso. O sistema da União Europeia, não.

Veja o que ocorreu com os gregos, no ano passado. Eles elegera um governo que desejava pôr fim à austeridade. Ainda assim a UE interveio e disse que eles não poderiam fazer isso. Sim, a Grécia, o país que inventou a palavra "democracia" ("demos"), foi incapaz de se governar. A dura realidade é que, em um mundo moderno e globalizado, as pessoas têm muito pouco poder para moldar suas próprias decisões, ainda que queiram retomar algum controle sobre quem as governa. Por isso, votei pela saída da União Europeia.

A maior preocupação no Reino Unido é com a imigração descontrolada. Desde a década de 1990, mais de 3 milhões de imigrantes vieram da UE para trabalhar no Reino Unido, fundamentalmente alterando o tecido social de nosso país. Enquanto pessoas mais jovens estão confortáveis com tais mudanças, os cidadãos mais velhos se mostram preocupados com o fato de o passo da mudança vir rápido demais. Eles sentem que a imigração descontrolada está levando a uma perda da identidade nacional britânica e que as elites políticas não têm escutado suas preocupações. Votar pela saída é visto por muitos como um protesto contra essas mudanças.

Mas, apesar de a imigração ser o bastante para assegurar um voto pela saída ("Brexit") no referendo, provavelmente não seria suficiente para garantir a vitória daqueles que desejam a saída do Reino Unido do bloco. A classe média indecisa, preocupada com suas economias e investimentos, foi quem provavelmente balançou o resultado no último minuto em favor da permanência no bloco. Quero que minha filha pequena viva em um país livre e que seja capaz de se governar.

Mark Stuart é professor da Faculdade de Ciências Sociais na Universidade de Nottingham (Reino Unido)


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