O ex-presidente argentino Carlos Menem prestou depoimento nesta sexta-feira no caso sobre o atentado contra o centro judeu Amia, em 1994, que deixou 85 mortos e 300 feridos.
"Passou muito tempo e (Menem) não se lembra de muitas coisas, e hoje não contribuiu com mais do que disse por escrito", comentou Omar Daer, advogado do ex-presidente de 85 anos.
Segundo Daer, Menem voltou a responsabilizar o Irã pelo atentado.
O ex-presidente (1989-99) cumpriu o trâmite judicial no Senado, se valendo do foro ao qual tem direito como senador nacional.
Menem prorrogou por duas vezes o depoimento, alegando questões de saúde. Ele é investigado por acobertar os autores do atentado.
Apesar de a justiça argentina acusar ex-governantes iranianos pelo ataque, entre eles o ex-presidente Ali Rafsanjani, ninguém foi detido.
Os iranianos se recusam a ser interrogados e rejeitam a imputação pela explosão que destruiu, em 18 de julho de 1994, a sede da Amia em Buenos Aires.
Familiares das vítimas exigiram que Menem declarasse "tudo aquilo que diz saber e o que tem negado à justiça e às vítimas todos esses anos".
Menem, através de seu advogado, havia insinuado ter uma informação secreta sobre o caso. Mas apesar da expectativa que envolveu seu depoimento, o advogado informou que Menem não trouxe novidades.
A Argentina pede desde 2006 na Assembleia Geral das Nações Unidas que os acusados iranianos aceitem depôr na justiça.
Um acordo assinado 2013 com o Irã para que os acusados sejam interrogados fracassou e o caso permanece estagnado.