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Estado de Minas

Vaticano adia julgamento de jornalistas e padre por vazamento de documentos


postado em 30/11/2015 22:25

O julgamento de cinco pessoas - duas delas jornalistas, acusadas de divulgar documentos confidenciais - que deveria começar nesta segunda-feira no Vaticano foi adiado para 7 de dezembro, a pedido da defesa de um dos acusados.

Durante a audiência, Francesca Chaouqui solicitou um adiamento para estudar o caso e, eventualmente, poder introduzir novos elementos, após conseguir ser representada por um advogado de sua escolha.

A consultora de Relações Públicas de 34 anos é acusada de vazar documentos para dois jornalistas sobre casos de peculato e má gestão na Santa Sé.

"Para mim, isso não foi uma surpresa. Isso não me impede de dormir, porque se pode ver o trabalho que foi feito", declarou o Sumo Pontífice, interrogado sobre esse assunto em uma entrevista coletiva, no avião que o levava de volta a Roma após sua primeira viagem à África.

"Não estamos na época de Lucrécia Bórgia", comentou, com senso de humor, acrescentando que ele mantém sua vontade de continuar "limpando" e lutando contra a corrupção no pequeno Estado pontifício.

Os jornalistas Emiliano Fittipaldi e Gianluigi Nuzzi, autores de dois livros sobre a corrupção na Cúria Romana lançados em 5 de novembro, foram acusados de "divulgação ilegal" de documentos confidenciais.

Também estão sendo processados o padre espanhol Lucio Anjo Vallejo Balda, de 54 anos, e seu colaborador, Nicola Maio, de 37, que são acusados de "associação criminosa", a fim de disseminar notícias e documentos que "afetam os interesses" da Santa Sé.

Esta é a primeira vez que o Estado processa dois jornalistas, um fato descrito pela imprensa italiana como "nova Inquisição". Todos os réus correm o risco de serem condenados a até oito anos de prisão.

A Santa Sé endureceu as regras para esses casos, após o mordomo de Bento XVI, Paolo Gabriele, divulgar uma série de documentos sobre o papa alemão.

Nesta segunda, a audiência deveria se concentrar nas declarações de Vallejo Balda, que foi preso há um mês, e de Chaouqui, que afirma desconhecer as acusações exatas que pesam contra ela.

"Não entendo nada", disse aos jornalistas, depois da breve audiência desta segunda.

"Não há provas contra mim. Eu preciso de mais tempo para entender por que estou aqui", acrescentou.

O adiamento de uma semana desse processo acabou com as esperanças do Vaticano de encerrar o processo antes do início do Jubileu, que começa em 8 de dezembro.

Enredo amoroso

Há alguns dias, a imprensa italiana publica detalhes sobre a vida pessoal dos acusados, especialmente a declaração de 8 de novembro, citada pelo jornal "La Repubblica". Nela, Vallejo Balda garante que Chaouqui tentou seduzi-lo.

"Não podia ceder. Sempre tive em mente as palavras do Papa sobre o sagrado que é o matrimônio", declarou o cura espanhol, garantindo que a consultora dizia que seu casamento era apenas um disfarce para seu trabalho como espiã.

"Tenho vergonha do que eu fiz com Francesca e, quando enviei os documentos, pensei no escândalo, se eles fossem divulgados", acrescentou.

O jornal "Il Giorno" publicou conversas de WhatsApp, que mostram uma grande intimidade entre o cura e a consultora.

Francesca Chaouqui, que está grávida, desmente essa versão nas redes sociais.


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