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Estado de Minas

Em Uganda, papa Francisco celebra os mártires e o ecumenismo

Neste domingo, o papa visitará Bangui, capital da República Centro-Africana, devastada desde 2013 por uma guerra civil com tom religioso


postado em 28/11/2015 09:52 / atualizado em 28/11/2015 10:10

(foto: Carl de Souza/AFP )
(foto: Carl de Souza/AFP )
Milhares de ugandeses receberam neste sábado com entusiasmo o papa Francisco, que homenageou a memória de 45 mártires cristão anglicanos e católicos, símbolo do ecumenismo entre as duas confissões, em uma missa celebrada perto da capital Kampala. "Hoje recordamos com gratidão o sacrifício dos mártires ugandeses. Recordamos também os mártires anglicanos, sua morte por Cristo é testemunho do ecumenismo do sangue", disse o pontífice em Uganda, um país que tem mais de 40% de católicos e 30% de anglicanos.

"Todas estas testemunhas cultivaram o dom do Espírito Santo em suas vidas deram livre testemunho de sua fé em Jesus Cristo, mesmo que ao custo de sua vida, e muitos deles em idade muito jovem", completou Francisco. O pontífice celebrou a missa no santuário de Namugongo, perto da capital Kampala, onde 45 cristãos foram martirizados em 1886 por não abjurar de sua fé.

Os ugandeses aplaudiram e cantaram quando Francisco chegou ao templo, que fica ao ar livre. Mais de 100.000 pessoas chegaram ao local durante a madrugada para assistir à missa, um dos grandes momentos da visita papal a Uganda. Católicos do Sudão do Sul, país vizinho e que está em guerra civil, viajaram 12 horas de ônibus para presenciar a missa.

Os presidentes do Sudão do Sul, Salva Kiir, e de Uganda, Yoweri Museveni, também compareceram à cerimônia religiosa. O testemunho dos mártires, destacou o papa, "mostra a todos que os prazeres mundanos e o poder terreno não dão alegria nem paz duradoura". "É a fidelidade a Deus, a honradez e a integridade da vida, assim como a genuína preocupação com o bem dos outros que nos levam a esta paz que o mundo não pode oferecer", completou o pontífice, antes de convidar os ugandeses a rejeitar a corrupção e a busca de prazeres terrenos.

Os mártires homenageados pelo papa eram integrantes do reino de Mwanga II, rei dos Baganda (1884-1888), um dos povoados da atual Uganda. O monarca considerava que a influência dos missionários europeus reduzia seu poder de destruía as tradições de seu povo.

O rei não perdoava que o fato de que estes jovens, influenciados pelo catecismo, negassem favores sexuais.


ENCONTRO COM JOVENS Durante a tarde, o papa visitará a pista de aviação de Kololo, em Kampala, onde se reunirá com jovens ugandeses.

O pontífice deve ouvir o discurso de um ex-menino soldado da violenta rebelião do Exército de Resistência do Senhor (LRA, na sigla em inglês). A organização criada em Uganda reivindica um regime baseado nos 10 mandamentos da Bíblia.


O LRA é conhecido pelos atos violentos: sequestro de crianças que viram soldados ou escravos, mutilações e massacres de civis. Expulso do norte de Uganda, continua espalhando o terror nas florestas dos países vizinhos, incluindo a República Centro-Africana. O papa também visitará a casa de caridade de Nalukolongo, onde se reunirá com pobres de todas as religiões e idades. Depois do Quênia, Uganda é a segunda etapa da viagem ao continente africano de Francisco.

No domingo, o papa visitará Bangui, capital da República Centro-Africana, devastada desde 2013 por uma guerra civil com tom religioso e a etapa mais perigosa da viagem, onde pretende apresentar uma mensagem de paz e reconciliação.


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