Os pais de Ahmed Mohammed, adolescente muçulmano de 14 anos que foi detido por ter um relógio confundido com uma bomba, tentam conseguir uma indenização de US$ 15 milhões. O caso aconteceu em setembro, quando uma professora pensou que o objeto que o jovem trazia na mochila seria um artefato explosivo. Os advogados pedem US$ 10 milhões à prefeitura de Irving, no Texas e US$ 5 milhões à unidade de ensino onde a confusão aconteceu. A defesa do adolescente deu um prazo de 60 dias para que o pagamento seja feito antes de entrar com uma ação na Justiça americana.
O caso despertou a discussão sobre a discriminação de muçulmanos no país. A comoção foi ainda maior quando um amigo da família publicou uma foto no Twitter em que Mohammed aparece algemado. Até o presidente Barack Obama ficou sensibilizado e convidou o jovem para ir até a Casa Branca.
Os advogados da família disseram que o os pais ficaram profundamente chateados com o tratamento dado ao garoto, que teria sido proibido de telefonar para a família após ser detido. Ele reforçou ainda que a conduta da escola e das autoridades locais foi discriminatória.
Aparelho confundido com bomba
O relógio que Mohammed levava na mochila era, na verdade, um pequeno dispositivo criado por ele com uma tela digital e um circuito eletrônico. O adolescente disse ter levado o aparelho para a sala para mostrá-lo ao professor de tecnologia. A confusão começou quando o aparelho apitou no meio de uma aula de inglês.
O garoto recebeu um convite para estudar no Qatar. De acordo com a Fundação Qatar a bolsa de estudos será um reconhecimento pela habilidades criativas do garoto.