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Estado de Minas

Trens com imigrantes chegam à Alemanha e Áustria


postado em 31/08/2015 22:16

Centenas de imigrantes chegaram nesta segunda-feira ao sul da Alemanha e à Áustria, após a polícia húngara renunciar a deter os refugiados que acampam em suas estações, em mais um capítulo da crise migratória que varre a Europa.

Um primeiro trem húngaro, com cerca de 400 imigrantes - oriundos principalmente de Síria, Afeganistão e Eritreia - chegou no início da noite na Baviera: 190 imigrantes desceram em Rosenheim, ao sul de Munique, de onde foram levados de ônibus para um quartel desativado, enquanto outros 200 seguiram para Munique, segundo a polícia.

De acordo com um porta-voz da polícia da Baviera, outros 150 refugiados chegaram em dois trens diferentes que realizaram o trajeto Budapeste-Viena-Munique.

Um quarto trem, que partiu de Viena ao anoitecer com imigrantes procedentes de Budapeste, chegou à estação de Munique às 21H00 GMT (18H00 Brasília), constatou a AFP. Outras composições são esperadas para a manhã desta terça-feira.

Os imigrantes que chegaram à Alemanha formam parte do grupo de 2 mil pessoas que ficaram vários dias em acampamentos improvisados em várias estações de Budapeste.

As autoridades húngaras, que antes impediam o acesso dos imigrantes aos trens devido à ausência de visto para circular no espaço Schengen da União Europeia, decidiram nesta segunda-feira permitir seu embarque com destino à Áustria e Alemanha.

Em Budapeste, o último trem para Viena e Munique partiu às 19H30 GMT (16H30) com entre 200 e 300 refugiados a bordo, principalmente sírios. Diariamente, longas filas são formadas diante das bilheterias na estação.

"Não acredito que finalmente consegui sair de Budapeste, foi muito duro", disse à AFP Efran, um sírio de 18 anos acompanhado por sua mãe e dois irmãos, cujo objetivo final é a cidade de Hamburgo, no norte da Alemanha.

A polícia austríaca parou vários trens húngaros durante a tarde na zona da fronteira austro-húngara, para realizar controles, antes de permitir que seguissem adiante. Centenas de imigrantes chegaram ao anoitecer na estação de Viena, de onde seguiram para Salzburgo, na fronteira, ou Munique.

Segundo a chamada convenção de Dublin, os estrangeiros que solicitam asilo na União Europeia devem ficar no país pelo qual entraram no bloco à espera da análise do pedido. A viagem para outro país expõe os imigrantes ao risco de deportação para o local de entrada, no caso a Hungria.

Mas no caso dos refugiados sírios, a Alemanha anunciou, na semana passada, que renuncia a devolvê-los para seu ponto de entrada e se compromete a recebê-los e a analisar seus pedidos.

- Austríacos protestam contra morte de imigrantes -

Em Viena, um protesto reuniu 20 mil pessoas contra o tratamento dispensado aos imigrantes, dias após a descoberta de 71 corpos dentro de um caminhão no acostamento de uma estrada do país.

Os manifestantes se concentraram na estação de Westbahnhof, onde chegaram os trens procedentes de Budapeste com centenas de imigrantes, após horas de bloqueio na fronteira austro-húngara.

Uma missa foi celebrada na catedral de San Esteban em Viena em memória dos 71 imigrantes mortos. "Basta de mortes, de sofrimento e de perseguições", exclamou o arcebispo de Viena, cardeal Christoph Schoenborn.

- UE dividida -

A chanceler alemã, Angela Merkel, advertiu que o fracasso de uma resposta à crise migratória comprometeria os ideais da União Europeia.

"Os direitos civis universais estiveram até este momento estreitamente ligados à Europa e sua história, como um princípio fundador da União Europeia", declarou Merkel numa coletiva de imprensa em Berlim, considerando que "se a Europa falhar na crise de refugiados, esta ligação com os direitos civis universais será quebrada, será destruída".

Apontando para a crise migratória nos últimos tempos, Merkel defendeu mais uma vez o estabelecimento de quotas de acolhimento por país europeu para os migrantes que entram na Europa, uma ideia rejeitada por muitos Estados.

A Alemanha espera receber 800.000 pedidos de asilo este ano, quatro vezes mais do que em 2014.

Os primeiros-ministros do Grupo de Visegrado (Hungria, Polônia, Eslováquia, República Checa) marcaram para Praga, nos próximos dias, uma reunião para acertar sua posição contra as quotas de imigrantes.

Vários líderes ocidentais criticaram recentemente os países do leste europeu membros da UE por sua relutância em participar no acolhimento de migrantes.

À margem de uma conferência regional na Eslovênia, o presidente do Conselho Europeu Donald Tusk fez o papel de conciliador, considerando que a Europa "faz o melhor que pode" sobre esta questão, embora lamentando que o que faz "não é eficaz".

Por ocasião de uma visita a Calais (norte da França), um dos lugares emblemáticos da crise migratória, o primeiro vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, reconheceu que, embora "o número de chegadas sejam importantes", são "completamente gerenciáveis para um conjunto de 500 milhões de pessoas".

Para ele, a situação "exige uma resposta europeia comum (...) Trata-se acima de tudo ser fiel aos nossos valores, os valores da humanidade."


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