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Estado de Minas

Combates são registrados no Sudão do Sul apesar de acordo de paz


postado em 29/08/2015 11:31

Exército e rebeldes que se enfrentam desde dezembro de 2013 no Sudão do Sul se acusaram mutuamente neste sábado pela responsabilidade dos novos combates registrados no país, apesar da recente assinatura de um acordo de paz para pôr fim a 20 meses de guerra civil.

"Os rebeldes do (ex-vice-presidente) Riek Machar atacaram a cidade de Malakal," capital do estado de Alto Nilo, denunciou neste sábado o porta-voz do exército sul-sudanês, o coronel Philip Aguer.

"Embora compromissado com a paz (...), o exército tem o direito de auto-defesa", ressaltou.

Um porta-voz da rebelião, James Gatdet Dak, confirmou à AFP que combates estavam em andamento neste sábado em Malakal, mas negou que os rebeldes tenham lançado uma ofensiva, acusando o exército de atacar primeiro.

"Foram suas forças que nos atacaram perto de Malakal", assegurou.

O acordo de paz assinado em 17 de agosto em Addis Ababa por Riek Machhar e na quarta-feira à tarde em Juba pelo presidente Salva Kiir prevê a entrada em vigor de um "cessar-fogo permanente" 72 horas após a assinatura do documento.

Não ficou claro de imediato se o cessar-fogo já estava em vigor ou não neste sábado à tarde.

De acordo com James Gatdet Dak, o cessar-fogo entra em vigor neste sábado à meia-noite (18h00 no horário de Brasília).

Outro porta-voz rebelde, Gatluak Dickson Jock, indicou que as forças de Machar foram atacadas neste sábado de manhã no norte do estado de Unity, outra área chave do conflito.

"Este ataque injustificado (...) constitui uma violação grave do acordo de paz e deve ser condenado nos termos mais fortes", disse o porta-voz.

Em "uma declaração de cessar-fogo permanente" obtida pela AFP, Riek Machar ordenou na sexta-feira a todas as suas forças "cessar os ataques a partir de 29 de agosto à meia-noite". Kiir havia ordenado por sua vez o exército sul-sudanês a parar os combates também a partir deste sábado "29 de agosto à meia-noite".

Além de um "cessar-fogo permanente", o acordo de paz prevê uma série de medidas de "desengajamento, separação e retirada das forças de ambos os lados".

Sob forte pressão internacional, Kiir e Machar assinaram o acordo.

Na sexta-feira, o Conselho de Segurança da ONU exigiu um "cessar-fogo imediato e permanente" no Sudão do Sul e fez ameaças de sanções aos beligerantes que violarem o acordo de paz.

Durante os cerca de 19 meses de negociações em Addis Abeba, Kiir e Machar assinaram uma série de cessar-fogo, todos violados.

O Sudão do Sul, país mais jovem do mundo, proclamou sua independência de 2011, após várias décadas de conflito com Cartum.

Mas em 2013 voltou a explodir um conflito, desta vez dentro do exército sul-sudanês, minado por uma disputa político-étnica, alimentada pela rivalidade entre Kiir e Machar.

Segundo os observadores, o conflito no Sudão do Sul deixou dezenas de milhares de mortos, inclusive muitos civis.

Um total de 2,2 milhões de sul-sudaneses fugiu de suas casas pelos combates e suas sequências de massacres étnicos e atrocidades. Mais de 70% dos 12 milhões de habitantes precisam de ajuda para sobreviver, segundo a ONU, que adverte para uma ameaça de fome.

A guerra destruiu parte do aparato de produção petrolífera, única fonte de recursos do país, que figura entre os menos desenvolvidos do mundo.


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