O secretário de Estado americano, John Kerry partiu nesta sexta-feira para uma nova viagem pelo Oriente Médio, com uma parada no Egito para relançar uma parceria estratégica, seguindo para o Qatar.
O objetivo é tranquilizar os países do Golfo Pérsico, preocupados com o acordo nuclear com o Irã.
Essa viagem vai até 8 de agosto e inclui uma etapa no Sudeste Asiático, mas não prevê uma passagem por Israel, aliado incondicional dos Estados Unidos.
No domingo, Kerry presidirá com seu colega egípcio Sameh Shukri o "Diálogo Estratégico" entre esses dois países com relações tumultuadas.
No final de março, os Estados Unidos suspenderam o congelamento da ajuda militar de US$ 1,3 bilhão por ano ao Cairo, sem deixar de denunciar a repressão por parte do regime do presidente Abdel Fatah al-Sissi contra partidários de seu antecessor, derrubado em 2013 e detido, o islamita Mohamed Mursi.
Esse "diálogo" é o primeiro desde 2009 e acontece no momento em que Washington anuncia a entrega ao Cairo, neste fim de semana, de oito aviões F-16. As aeronaves fazem parte de um conjunto de 12 caças prometidos em março pelo presidente Barack Obama, como parte da estratégia de luta contra os grupos jihadistas egípcios no Sinai.
No Egito, Kerry também tratará do delicado assunto dos direitos humanos.
Na segunda-feira, o secretário americano estará em Doha para se encontrar com seus pares dos Estados-membros do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) e tentará afastar os temores deflagrados com o acordo nuclear com Teerã em 14 de julho passado.
As potências sunitas do Golfo Pérsico acompanham com receio as ambições regionais do Irã.
O secretário de Estado terminará sua viagem com visitas a Cingapura, Malásia e Vietnã, de olho no avanço da relação dos EUA com a Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) - sobretudo, frente às ambições regionais chinesas.