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Estado de Minas

Netanyahu celebra libertação em breve do espião israelense Pollard


postado em 28/07/2015 20:55

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, comemorou a notícia, nesta terça-feira, sobre a libertação em breve do espião israelense Jonathan Pollard, que passou 30 anos preso nos Estados Unidos.

"Depois de décadas de esforços, Jonathan Pollard será finalmente libertado", declarou Netanyahu, de acordo com sua assessoria. O premiê afirmou ainda que "esperamos sua libertação com impaciência".

"Durante todo esse tempo que passou na prisão, coloquei, de forma sistemática, a questão de sua libertação em meus encontros e conversas com os dirigentes do governo americano que se sucederam", declarou Netanyahu.

Já a ministra israelense da Justiça, Ayelet Shaked, postou em sua página no Facebook que "30 anos de sofrimentos vão terminar em novembro, não por gentileza, mas graças à lei"

"Não por causa do acordo catastrófico (nuclear) entre Estados Unidos e Irã, mas pela lei", insistiu.

Preso em 1985 e condenado à prisão perpétua em 1987 nos Estados Unidos, o espião israelense será libertado em 21 de novembro, anunciaram seus advogados.

"A Comissão de Liberdade Condicional emitiu um aviso, concedendo liberdade ao nosso cliente 'pro bono' Jonathan J. Pollard", afirmaram Eliot Lauer e Jacques Semmelman, em um comunicado, acrescentando que ele deve ganhar a liberdade em 21 de novembro.

Segundo os advogados, essa decisão foi tomada por unanimidade pelos três membros da Comissão independente, após uma audiência em 7 de julho, no Centro de Detenção Federal de Butner, Carolina do Norte (sudeste dos EUA), onde Pollard está preso.

O agente era elegível a uma liberdade condicional a partir de novembro de 2015, e o governo Obama anunciou na quinta-feira passada que não iria se opor. Se a liberdade condicional não fosse concedida, Jonathan Pollard seria obrigado a passar pelo menos mais 15 anos atrás das grades.

"A decisão não está relacionada com os recentes acontecimentos no Oriente Médio", observaram seus advogados, referindo-se, indiretamente, ao acordo sobre o programa nuclear iraniano, concluído em 14 de julho entre as grandes potências e Teerã.

O secretário de Estado americano, John Kerry, também negou qualquer relação entre a liberdade condicional de Pollard e o histórico acordo sobre o programa iraniano, que conta com ferrenha oposição de Israel.

Americano de origem judaica formado na Universidade de Stanford e analista civil de Inteligência, Pollard foi condenado por espionar nos EUA para Israel - em particular sobre a antiga União Soviética e sobre os países árabes.

Há muitos anos, seu caso é fonte de tensão entre Washington e Israel, que considera demasiado pesada a pena de prisão perpétua por espionagem em favor de um aliado.

Olhos e ouvidos de Israel

Desde fevereiro de 1988, um ano depois de ter sido condenado à perpétua em 4 de março de 1987, a imprensa americana já falava de um projeto de intercâmbio entre Washington, Israel e Moscou.

Washington sempre se recusou, porém, a libertar Pollard, alegando que suas atividades haviam prejudicado o país.

O porta-voz do Departamento americano de Justiça, Marc Raimondi, destacou que o governo cumpre sua palavra.

"O Departamento de Justiça sempre alegou que Jonathan Pollard deveria cumprir sua sentença completa pelos sérios crimes que cometeu, que, neste caso, implicam uma pena de 30 anos, como determina a lei, encerrando em 21 de novembro de 2015", completou Raimondi.

Os Estados Unidos nunca declararam, oficialmente, que informações Pollard forneceu a Israel nas milhares de páginas confidenciais transmitidas de seu cargo de analista civil de Inteligência da Marinha americana, entre maio de 1984 e novembro de 1985. Em troca, recebeu US$ 50 mil e a promessa de mais US$ 300 mil.

"Era os olhos e os ouvidos de Israel em uma área geográfica imensa que ia do Atlântico Norte até o Oceano Índico", revelou, ao se declarar culpado.

Durante o julgamento, ele foi acusado de estar no centro de "um dos piores casos de espionagem na história dos Estados Unidos".

Segundo um informe de 1987 da CIA (a Agência de Inteligência Central dos EUA), "desclassificado" em 2012, o material repassado para Israel tratava de países árabes e da União Soviética.

Essas informações contribuíram para que Israel bombardeasse, em 1985, o quartel-general da Organização para Libertação da Palestina - na época instalado na Tunísia. Também facilitaram o assassinato do então número dois da OLP, Abu Jihad, em 1988.

Pollard tinha 31 anos quando foi detido, em 21 de novembro de 1985, em Washington, perto da embaixada de Israel, onde tentava se refugiar com a mulher, Anne. Ela foi condenada a cinco anos de prisão.

Depois, Pollard se divorciou para se casar com Esther Zeitz, em 1993.

Nascido em 7 de agosto de 1954, esse judeu americano obteve nacionalidade israelense em maio de 1995. Apenas em 1998 Israel reconheceu que Pollard era um espião.


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