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Estado de Minas

Moçambique e Angola exibem economia pujante 40 anos depois da independência


postado em 24/06/2015 15:31

Ironias da história, vários portugueses buscam emprego hoje em dia em Moçambique e Angola, ex-colônias que têm altas taxas de crescimento graças a seus recursos naturais, 40 anos depois de sua independência de Portugal.

Na quinta-feira, Moçambique será o primeiro país a celebrar o aniversário de sua independência. No dia 11 de novembro será a vez de Angola.

Angola é, há muito tempo, um importante produtor petroleiro, e Moçambique tornou-se o primeiro destino dos investimentos diretos na África Austral, graças aos campos de gás e carvão encontrados recentemente.

Essas riquezas permitem tratar as feridas provocadas pelas longas guerras civis que assolaram os dois países nos anos 1990, enfrentando nos dois casos regimes marxistas com guerrilhas apoiadas pela África do Sul do apartheid.

Embora o poder moçambicano continua instrumentalizando a memória da luta pela independência - um fuzil AK47 adorna a bandeira nacional -, as relações entre Lisboa e Maputo são consideradas "excelentes" por José Augusto Duarte, o embaixador de Portugal em Moçambique.

"O problema da descolonização moçambicana é um problema resolvido, já não temos nenhum contencioso em curso", assegura Duarte.

A independência de Moçambique gerou um trauma para muitos colonos portugueses que se viram obrigados a fugir em 1975.

O ex-presidente Armando Guebuza, então ministro do Interior, ordenou aos 200.000 residentes portugueses que adotassem a nacionalidade moçambicana ou que deixassem o país com 20 quilos de bagagem, nas 24 horas posteriores à declaração de independência.

Em julho de 2014, o mesmo Armando Guebuza pediu a Portugal mais investimentos em seu país. A antiga metrópole está entre os três países que mais investem em Moçambique e se tornou o maior criador de empregos no Estado africano.

Muitos jovens portugueses foram buscar trabalho em Moçambique para fugir da crise na Europa, nem sempre com sucesso. O movimento migratório está, no entanto, estabilizando-se, já que a situação econômica melhorou em Portugal e as condições de entrada em Moçambique ficaram mais rígidas.

Hoje há cerca de 23.000 portugueses no país.

Angola

Os vínculos são ainda mais espetaculares entre Portugal e Angola, cujas elites mantêm estreitas relações com as da antiga metrópole.

Com a crise econômica de 2008, Angola tornou-se um parceiro crucial para Portugal, que exportou suas mercadorias, suas empresas e seus trabalhadores em busca de emprego à ex-colônia.

Entretanto, os angolanos ricos - inclusive a filha do presidente, Isabel dos Santos - investiram maciçamente em Lisboa, ao ponto de alguns falarem em "colonização invertida".

Muitos angolanos inclusive acusam Portugal de exportar seu desemprego para o país, enquanto os portugueses criticam a invasão de capitais angolanos e denunciam sua falta de transparência.

Mas as autoridades portuguesas jamais se atreveriam a ofender o pouco democrático José Eduardo dos Santos, que dirige Angola desde 1979.

"Qual a consequência mais dramática desses investimentos maciços de Angola em Portugal? Transformar um país situado entre as democracias mais avançadas da Europa em uma corte de vassalos a serviço de um reino absolutista africano", lamenta o ex-primeiro-ministro angolano Marcolino Moco.

A relação entre os dois países teve, entretanto, alguns contratempos como, no final de 2013, quando Santos anunciou o fim dos esforços para conseguir uma "cooperação estratégica" com Portugal.

Em Lisboa, o incidente foi visto como uma resposta a investigações realizadas pela justiça portuguesa sobre vários altos responsáveis angolanos, que foram arquivados desde então.

Os intercâmbios comerciais diminuíram nos últimos tempos por culpa da queda dos preços do petróleo, que provocou um enfraquecimento da economia angolana.

Apesar disso, cerca de 126.000 portugueses vivem em Angola - cerca de 200.000, segundo a imprensa portuguesa - e há mais de 800 empresas portuguesas no país.


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