Pelo menos 23 pessoas morreram no sábado no centro da Nigéria, anunciou nesta terça-feira a polícia, que suspeita de nômades fulanis, em conflito de longa data com comunidades agrícolas nesta região conturbada.
"Houve um ataque por homens armados desconhecidos, suspeitos de serem pastores fulanis, contra três vilarejos no distrito de Logo", no estado de Benue, disse um porta-voz da polícia, Austin Ezeani.
"Ontem, 23 mortes foram confirmadas", acrescentou.
Benue está localizado no chamado "Middle Belt" da Nigéria (o "cinturão do meio"), onde o sul, em grande parte cristão, encontra o norte, de maioria muçulmana.
Os fulanis, muçulmanos, foram acusados de uma série de ataques contra comunidades cristãs de agricultores em meio a divergências relacionadas com disputas de terras.
No estado de Benue, os fulanis acusam os agricultores de roubar seu gado.
De acordo com Ezeani, as razões para as mortes ainda não foram estabelecidas e policiais foram destacados nas aldeias atacadas.
"As pessoas ainda estão com medo e pânico, mas nós vamos garantir a segurança da área", afirmou.
Embora muitas vezes retratados como os agressores nos conflitos religiosos no centro da Nigéria, os fulanis são discriminados pela lei nos estados de Benue e Plateau.
Eles não são considerados como um povo original da região, o que significa que eles têm apenas um acesso limitado à terra, educação e cargos políticos, enquanto a maioria dos cargos são ocupados por cristãos.
Eles são regularmente acusados de invadir campos pertencentes a agricultores oficialmente considerados originários, embora alguns fulanis vivam no centro da Nigéria há décadas, ou mesmo séculos.
O conflito é cíclico. Um ataque pode causar uma série de represálias sangrentas.
Segundo Ezeani, agricultores da etnia tiv acusam os nômades de "destruir seus campos e estuprar suas mulheres".