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Estado de Minas

Grupo Estado Islâmico diz ter decapitado refém japonês Kenji Goto


postado em 31/01/2015 21:52

O grupo extremista Estado Islâmico (EI) anunciou ter decapitado o refém japonês Kenji Goto, segundo vídeo difundido este sábado, um ato "odioso" condenado com firmeza tanto pelo governo japonês, que se disse indignado com mais um ato terrorista abominável e desprezível, quanto por líderes ocidentais.

Após multiplicar as ameaças nos últimos dias, o EI divulgou o vídeo através de seu veículo de propaganda, Al Furqan, em que o jornalista japonês aparece de joelhos, vestindo um traje laranja, tendo à sua frente um homem encapuzado e todo de preto que, com uma faca na mão, responsabiliza o governo japonês por seu "martírio".

O vídeo termina com uma foto do corpo jogado no chão, com a cabeça nas costas.

Segundo o observatório de páginas de extremistas SITE, o carrasco, que parece ser o homem que ficou conhecido como 'Jihadi John', devido ao sotaque do sul da Inglaterra, dirigiu-se ao governo japonês e à coalizão ocidental que realiza ataques contra o grupo radical.

"Vocês, assim como seus tolos aliados da coalizão satânica, ainda precisam entender que nós, pela graça de Alá, somos um califado islâmico com autoridade e poder, um exército inteiro sedento de seu sangue", afirmou.

Em seguida, ele se dirigiu diretamente ao premiê japonês, Shinzo Abe.

"Por causa de sua decisão insensata de participar desta guerra invencível, esta faca não irá apenas sacrificar Kenji, mas também vai continuar a causar carnificina onde quer que seu povo esteja. Então, que comece o pesadelo para o Japão", afirmou.

Visivelmente abalado, Abe prometeu, em declarações à imprensa, em Tóquio, "nunca perdoar os terroristas".

"Estou extremamente indignado com estes atos terroristas odiosos e desprezíveis. Nós nunca vamos perdoar os terroristas. Vamos cooperar com a comunidade internacional para fazê-los pagar por seus crimes", declarou a jornalistas, em Tóquio.

Os aliados ocidentais da coalizão não tardaram em reagir ao anúncio da morte do jornalista.

Em Washington, o presidente americano, Barack Obama, condenou, em um comunicado, o "assassinato abominável" do refém japonês.

O presidente francês, François Hollande, também repudiou "com a maior firmeza" o "assassinato brutal" do jornalista, segundo nota oficial do Palácio do Eliseu. Em Londres, o premiê David Cameron também criticou, em nota, a "desprezível"e "assustadora" execução de Goto.

Mais cedo, logo após o anúncio da execução do jornalista, o governo japonês já tinha condenado "com a maior firmeza" a execução deste segundo refém japonês, um jornalista independente, que tinha sido sequestrado na Síria no final de outubro.

"Um vídeo no qual se diz que Goto foi executado foi difundido na internet. Estamos indignados e condenamos (este ato) com a maior dureza", declarou o porta-voz do governo, Yoshihide Suga, em breve coletiva realizada às 06H00 de domingo, hora do Japão (19H00 de sábado, hora de Brasília).

"Não podemos evitar sentir ultraje extremo com a repetição de mais um ato odioso e desprezível", acrescentou o porta-voz.

"Novamente, nós condenamos fortemente [este ato]", reiterou.

Suga não fez comentários sobre a confiabilidade do vídeo, que não fez qualquer menção ao piloto jordaniano Maaz Al Kassasbeh, também feito refém e ameaçado de morte pelos jihadistas.

Esta manhã, o vice-ministro japonês das Relações Exteriores, Yasuhide Nakayama, enviado a Amã, tinha admitido que as negociações sobre a libertação de Kenji Goto estavam paralisadas.

"Responderemos com firmeza" a este ato, afirmou, destacando que o governo continua investigando a veracidade da informação.

No vídeo anterior difundido pelos extremistas, eles ameaçaram matar na quinta-feira o jornalista japonês e o piloto jordaniano, caso a Jordânia não liberte uma extremista iraquiana.

Na quarta-feira, Amã se disse disposta a a libertar Sajida al Rishawi caso Al Kassasbeh fosse libertado são e salvo, mas neste momento e após a aparente execução do segundo refém japonês, desconhece-se a situação do piloto jordaniano.

O EI já tinha matado um primeiro refém japonês, Haruna Yukawa, capturado em agosto na Síria, e difundiu sua execução em 24 de janeiro. O grupo jihadista tinha pedido um resgate de US$ 200 milhões em troca de Yukawa.

Além dos dois japoneses, o EI reivindicou desde meados de agosto a execução de cinco reféns ocidentais: os jornalistas americanos James Foley e Steven Sotloff, o trabalhador humanitário americano Peter Kassig e outros dois voluntários britânicos, David Haines e Alan Henning, todos sequestrados na Síria.


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