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Estado de Minas

Brasileiro preso na Bulgária aguarda a extradição para a Espanha

Jovem de 18 anos e dois marroquinos foram presos suspeitos de tentar se aliar ao grupo jihadista na Síria. Em comunicado à imprensa, o Itamaraty informou que presta assistência consular


postado em 21/12/2014 06:00 / atualizado em 21/12/2014 09:04

Rebeldes na linha de frente em confronto contra forças do governo sírio no norte de Aleppo(foto: KARAM AL-MASRI / AFP)
Rebeldes na linha de frente em confronto contra forças do governo sírio no norte de Aleppo (foto: KARAM AL-MASRI / AFP)
Um brasileiro de 18 anos, nascido em Formosa (GO), aguarda a extradição para a Espanha, onde deve responder pelo crime de terrorismo. Em nota divulgada pela internet, a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) confirmou que três homens procurados pelas autoridades de Madri foram detidos no posto de controle Kapitan Andreevo, na fronteira da Bulgária com a Turquia, na noite de segunda-feira. Dois deles viajavam com passaporte marroquino e um terceiro tinha documentos brasileiros. De acordo com a Interpol, os suspeitos estariam a caminho da Síria, onde lutariam nas fileiras do Estado Islâmico. As detenções ocorreram horas depois de a polícia internacional emitir um alerta. A reportagem entrou em contato, por telefone, com o escritório da Interpol em Madri, que se negou a confirmar a identidade do goiano.

Em comunicado à imprensa, o Itamaraty informou que presta assistência consular ao brasileiro preso na Bulgária. “O nacional já foi contatado pela Embaixada do Brasil em Sófia e será visitado em breve por funcionários” da representação, afirmou o Ministério das Relações Exteriores. “Em respeito à privacidade de cidadãos brasileiros no exterior e de suas famílias, o Itamaraty não tem autorização para fornecer mais informações sobre o caso em apreço”, acrescentou. Em Formosa, uma emissora de rádio divulgou a notícia e pediu contato com familiares do rapaz. No entanto, até o fechamento desta edição não havia obtido sucesso.

A prisão do goiano e dos dois marroquinos, suspeitos de “envolvimento em um grupo terrorista”, começou a se desenhar às 12h30 (8h30 em Brasília) de segunda-feira, quando a Agência Nacional de Segurança da Bulgária (Sans, pela sigla em búlgaro) foi informada sobre a presença dos suspeitos em seu território. Cerca de 45 minutos depois, eles foram capturados quando tentavam ingressar na Turquia. O trio permanece detido na carceragem da Sans em Haskovo, no Sudoeste do país. Os suspeitos estão à disposição da promotoria e do Ministério do Interior. Como o brasileiro mora há alguns anos em Monistrol de Montserrat, perto de Barcelona, ele deverá ser devolvido à Espanha. A extradição pode ocorrer hoje. Ele será levado a Madri, onde aguardará julgamento em prisão preventiva e responderá sob acusação de terrorismo.

A cozinheira espanhola Pepi Santamans contou que mora na Rua Balmes e é vizinha do goiano. “Vivemos no mesmo pátio, a três escadarias de diferença. Estou no prédio em frente ao dele”, explicou. “Ninguém suspeitava de nada. Ele e os marroquinos da rua não traziam problema algum. Eram pessoas corretas”, admitiu. Pepi disse desconhecer a identidade dele. A vizinha afirmou que 12 membros da Mossos d’Esquadra, a polícia da Catalunha, fizeram buscas no conjunto de edifícios Adigsa, na sexta-feira.

Ramón Espadaler, conselheiro de Interior da Catalunha, revelou que o brasileiro e os marroquinos começaram a ser investigados em junho, após divulgar mensagens a favor da jihad (guerra santa). O jovem de Formosa teria se convertido ao islã e morava havia menos tempo na Espanha que os outros dois suspeitos.

Execuções

De acordo com o jornal Financial Times, o grupo jihadista executou ao menos 100 de seus combatentes estrangeiros que tentavam fugir da cidade de Raqqa, no Centro-Norte da Síria. Um ativista que se opõe ao EI e ao regime do ditador sírio, Bashar al-Assad, revelou que a facção extremista criou uma polícia militar para punir mujahedines (guerrilheiros) do exterior que fugissem aos seus deveres. Ainda segundo o Financial, dezenas de casas de militantes foram invadidas e vários jihadistas acabaram presos. O ativista disse ter “verificado as 100 execuções”.

Magnus Ranstorp, especialista em terrorismo pelo Colégio de Defesa Nacional da Suécia, afirmou ter escutado sobre o assassinato em massa de mujahedine estrangeiros, mas não nesta escala. “A eliminação dos 100 combatentes mostra maldade pura, mas também desespero. As execuções são feitas para incutir medo extremo nos jihadistas, para avisá-los de que isso vai ocorrer no menor indício de deserção”, comentou. Segundo ele, o EI está se deparando com uma “muralha”, sendo empurrado de volta ao campo de batalha.


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