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Estado de Minas

COP20: consenso em Lima abre caminho para acordo global em 2015

Conferência entre 195 países definiu fórmula de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa


postado em 14/12/2014 13:55 / atualizado em 14/12/2014 15:19

O Ministro do Meio Ambiente peruano Manuel Pulgar encerra as negociações do COP-20 em Lima, Peru: Convenção que deveria ser concluída na sexta conseguiu chegar a um acordo neste domingo (foto: AFP PHOTO/CRIS BOURONCLE )
O Ministro do Meio Ambiente peruano Manuel Pulgar encerra as negociações do COP-20 em Lima, Peru: Convenção que deveria ser concluída na sexta conseguiu chegar a um acordo neste domingo (foto: AFP PHOTO/CRIS BOURONCLE )

A conferência da ONU sobre mudança climática (COP20) acordou na madrugada deste domingo, em Lima, uma fórmula de redução de emissões de gases de efeito estufa que deve ser assumida pelos países para firmar em 2015 um acordo contra o aquecimento global.

Após longas negociações, estendidas por causa de diferenças entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento, a COP20 - que deveria ser concluída na sexta-feira - conseguiu chegar a um acordo sobre o texto que servirá de base para um histórico pacto global no ano que vem, em Paris.

"Damos por aprovado o documento", disse o ministro do Meio Ambiente peruano e presidente da COP20, Manuel Pulgar Vidal, após submeter a proposta a consulta do plenário de 195 países e não receber objeções. "Com sacrifício, conseguimos nosso objetivo", acrescentou.

O texto, aprovado unanimemente, incorporou com diferentes matizes aspectos cruciais na rota para o acordo que deve ser aprovado em dezembro de 2015 em Paris. O documento reconhece uma responsabilidade comum e "diferenciada" dos países diante do aquecimento global e estabelece mecanismos para fazer frente a "perdas e danos" por fenômenos climáticos extremos, atingindo especialmente países pobres e ilhas do mundo sob ameaça. "A esperança de sucesso em Paris se aproxima", disse Laurent Fabius, chanceler da França, país organizador da COP21 em dezembro de 2015.

Pouco antes, o enviado dos Estados Unidos, Todd Stern, havia advertido que um fracasso nas negociações "resultariam em um grande prejuízo para as tentativas de conter o aquecimento global", responsável por efeitos climáticos como grandes tempestades, secas e outros fenômenos extremos que golpeiam duramente países pobres e as populações mais vulneráveis.


Divisões entre países pobres e ricos

Até o último momento se mantiveram as fortes diferenças entre nações do norte e do sul. Os países ricos consideram que os compromissos nacionais futuros devem ser centrados na redução de emissões de gases do efeito estufa, com uma avaliação que se baseia em informações precisas e transparentes dos passos dados em cada nação.

Por outro lado, países do sul, especialmente os da África, América Latina e pequenos Estados insulares, não estão dispostos a assumir a redução de emissões caso não existam garantias financeiras pelos países ricos que os permitam se adaptar - com novas tecnologias limpas - ao aquecimento global e ao crescimento sem impacto. "Os países desenvolvimentos nos pedem redução de gases de efeito estufa, mas isso é impossível para nós" sem investimentos em energia limpa, disse à AFP Seyni Nafou, porta-voz dos países africanos.

China e Índia, primeiro e quarto maiores emissores do mundo com suas indústrias de carvão altamente poluentes, opõem-se a um sistema de avaliação que os restrinjam, e pressionam os países desenvolvidos para que contribuam financeiramente, tendo em vista sua responsabilidade como maiores agentes causadores do aquecimento.


Limitar aumento de temperatura

Os países devem anunciar nos próximos meses seus compromissos de redução das emissões globais entre aproximadamente 40 e 70% até 2050, média necessária para se conseguir limitar até 2ºC o aumento da temperatura do planeta. Para além desse limiar, cientistas estimam que os impactos seriam graves e irreversíveis e poriam em perigo inúmeras populações.

As nações do sul esperaram por um roteiro sobre como o mundo cumprirá com o objetivo de um Fundo Verde que, até 2020, deve totalizar 100 bilhões de dólares anuais, destinados a abrandar os efeitos das mudanças climáticas nos países pobres. "Apesar da União Europeia ter esperado um resultado mais ambicioso em Lima, cremos que estamos na direção certa para fechar um acordo global em Paris no próximo ano", afirmou Miguel Arias Cañete, comissário da Ação Climática e Energia da UE.

"O acordo em Lima nos coloca no caminho para Paris, mas também chama a atenção para um ano muito difícil pela frente", disse o especialista do Centro para o Clima, Elliot Diringer.

As ONGs ambientais presentes na COP20 receberam com críticas o anúncio do texto censurado, e pediram por uma mudança do sistema que gera o aquecimento. "O que vimos em Lima é mais uma de uma série de decisões que enfraquecem as regras climáticas internacionais e são um fracasso para as populações e o planeta", segundo um pronunciamento conjunto das entidades. "O resultado em Paris é um mistério. Será difícil tratar de tantos assuntos ao mesmo tempo no ano que vem", considerou Samantha Smith da WWF.


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