O protesto, segundo um texto publicado no facebook de sua esposa, é contra o que Pavlensky chama de um "retorno de uma era de repressão por parte do governo e das polícias no país". O artista critica o uso da psiquiatria para objetivos políticos e cita o Centro Científico Serbsky para Psiquiatria Social e Forense, onde ele decidiu realizar a "performance".
Segundo Pavlensky, "usando a psiquiatria, os políticos e a polícia se dão o poder de separar os sãos dos insanos". Ele pensa que, desta maneira, "burocratas de jalecos podem separar a sociedade, estabelecendo uma ditadura singular, com uma norma mandatória para todos".
A instituição é conhecida por, nos tempos soviéticos, declarar dissidentes politicos como doentes mentais na tentativa de silenciar suas declarações. Organizações de direitos humanos disseram perceber uma volta dessa política após um protestante russo ser preso, declarado insano e sentenciado a tratamento psiquiátrico por tempo indefinido.
Recentemente, uma piloto militar ucraniana e candidata às eleições parlamentares desta semana foi capturada por rebeldes pró-Moscou e julgada por conspiração na morte de dois jornalistas russos que cobriam a guerra no Leste da Ucrânia.
Policiais russos prenderam o artista e o encaminharam para o Hospital Botkinskaya de Moscou. Pavlensky foi submetido a um exame psiquiátrico em um hospital da cidade e declarado são pela terceira vez. "A instituição psiquiátrica é um aparelho de exceção que a sociedade não pode eliminar antes de se livrar da fé em seus novos demônios", disse.
Outros protestos
Pavlensky já realizou outros protestos que chamaram atenção, tanto pelo conteúdo quanto pela "performance". Em 2012, ele selou os lábios da boca em protesto à perseguição e prisão da banda russa Pussy Riot.
Em maio de 2013, o artista se envolveu, também completamente nu, em arame farpado em frente à assembléia legislativa de São Petersburgo. E em novembro do mesmo ano, ele literalmente pregou seu escroto no chão da Praça Vermelha da capital russa.