As autoridades da Libéria, o país mais afetado pelo Ebola, anunciaram a suspensão, neste sábado, da quarentena no bairro de West Point, na capital, Monróvia, imposto em 20 de agosto.
"A partir de amanhã, às 06H00 (locais, 03h00 de Brasília), será suspensa a quarentena em West Point", anunciou a rádio pública liberiana, citando um comunicado da Presidência.
A decisão foi tomada por recomendação do Ministério da Saúde, "com base nos progressos do bairro na cooperação com as equipes de saúde", declarou à AFP o ministro da Informação, Lewis Brown.
A população mostrou sua determinação em combater a epidemia "pela organização de equipes de acompanhamento e vigilância dos contatos (nr: com os doentes), assim como de campanhas reforçadas de sensibilização e de vigilância", explicou o ministro.
Os habitantes de West Point reagiram com ira à imposição da quarentena ao seu bairro pela presidente Ellen Johnson Sirleaf, assim como Dolo Town, a leste da capital, ao mesmo tempo que o toque de recolher geral entre as 21H00 e as 06H00.
Quatro deles ficaram feridos por soldados, encarregados de fazer cumprir esta medida de isolamento, dos quais um, o adolescente Siafa Kamara acabou falecendo.
Por causa deste incidente trágico, após uma reunião com a chefe de Estado, a representante especial do secretário-geral da ONU para a Libéria, Karin Landgren disse que "a força letal não seria mais utilizada".
Na Libéria, morreram pelo menos 694 pessoas vítimas do Ebola desde o início desta epidemia, no começo do ano.