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Estado de Minas

Conheça os cristãos do Iraque, uma comunidade ameaçada pela Jihad


postado em 07/08/2014 11:46

Milhares de cristãos do Iraque, que pertencem a uma comunidade ameaçada, estão fugindo da ofensiva jihadista que se apoderou de várias cidades do norte, e muitos deles abandonaram o país nos últimos anos.

Os jihadistas do Estado Islâmico (EI) se apoderaram nesta quinta-feira de Qaraqosh, a maior cidade cristã do país e de outras zonas perto de Mossul. A tomada foi feita após a retirada das forças curdas.

"São 100.000 deslocados cristãos que fugiram, alguns a pé, para a região do Curdistão", afirmou à AFP o patriarca caldeu Louis Sako.

Em meados de julho, os cristãos de Mossul, a segunda cidade do Iraque, escaparam em massa depois de terem recebido um ultimato do EI, que desde junho controla esta cidade e grandes setores do território no norte, oeste e leste.

Esta expulsão causou grande comoção no Ocidente e o governo francês disse estar disposto a ajudar a ida dos cristãos iraquianos para a França.

Antes da invasão liderada pelos Estados Unidos em 2003, a população cristã do Iraque era calculada em mais de um milhão, 600.000 dos quais se encontravam em Bagdá, 60.000 em Mossul, e também na cidade petroleira de Kirkuk (norte) e em Basra (sul).

Depois, apenas 400.000 permaneceram em todo o território, metade deles na província de Nínive, cuja capital é Mossul.

O patriarca Sako calculou em 35.000 o número de cristãos vivendo em Mossul antes do início da ofensiva jihadista. Quase todos fugiram da cidade antes do fim do ultimato.

De acordo com a tradição, o cristianismo chegou ao Iraque com o apóstolo São Tomás, algumas décadas depois da morte de Jesus. É provável que a cristianização do país tenha começado no século II de nossa era.

Os caldeus, que representam a grande maioria dos cristãos do Iraque, formam uma comunidade católica de rito oriental.

A igreja caldeia, cuja liturgia é feita em uma língua derivada do aramaico - a segunda língua falada por Jesus - é considerada uma das mais antigas igrejas cristãs.

Surgiu da doutrina nestoriana à qual renunciou no século XVI, apesar de conservar alguns de seus rituais. Os outros católicos são os siríacos católicos, os armênios católicos e os católicos latinos.

Entre os não católicos, os mais numerosos são os assírios (nestorianos) e os outros são sírios ortodoxos e os armênios ortodoxos.

Durante o regime do falecido Saddam Hussein, os cristãos não eram considerados uma ameaça. Mas, depois da invasão dos Estados Unidos, o país se converteu em um campo de batalha entre insurgentes e tropas estrangeiras, para cair mais tarde numa guerra de religiões.

A comunidade cristã, associada às Cruzadas ocidentais, foi atacada em inúmeras oportunidades.

Em 10 anos, quase 60 igrejas foram atacadas e cerca de mil cristãos morreram, mas nem todos em ataques seletivos, segundo o patriarca caldeu.

Em outubro de 2010, 44 fiéis e dois padres morreram em um atentado reivindicado pela Al-Qaeda contra a catedral siríaca católica.


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