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Estado de Minas

França confirma a morte das 118 pessoas a bordo do voo da Air Algerie

François Hollande disse ainda que uma das caixas-pretas da aeronave foi encontrada


postado em 25/07/2014 08:46 / atualizado em 25/07/2014 11:36

(foto: AFP PHOTO / ECPAD)
(foto: AFP PHOTO / ECPAD)

O presidente francês François Hollande anunciou nesta sexta-feira que nenhum dos 118 passageiros do avião da Air Algerie que caiu na quinta-feira no leste do Mali sobreviveu à catástrofe e que uma das caixas-pretas da aeronave foi encontrada.

"Lamentavelmente, não há nenhum sobrevivente", declarou o presidente francês em uma breve declaração televisionada. Militares franceses enviados ao local para proteger a zona recuperaram uma caixa-preta que está sendo encaminhada a Gao", no leste do Mali, acrescentou.


O presidente também disse que todas as hipóteses, mas principalmente o mau tempo, estão sendo investigadas para explicar as causas do acidente com o avião da espanhola Swiftair, operado pela Air Algerie.

A tripulação havia informado que mudava de rota devido às condições meteorológicas particularmente difíceis.

Os destroços da aeronave, um McDonnell Douglas MD83, foram localizados na noite de quinta-feira por um helicóptero do exército burquinense na zona de Gossi, uma cidade do norte do Mali próxima à fronteira com Burkina Fasso. O avião, que se dirigia a Argel, caiu 50 minutos após decolar de Uagadugu.

A presidência francesa confirmou que a aeronave, totalmente desintegrada, foi localizada e que um drone do exército francês sobrevoou o local do acidente na noite de quinta-feira.

A presidência comunicou também que o avião transportava 118 pessoas, e não 116, como foi indicado em balanços anteriores. Entre os 112 passageiros, 51 eram franceses e 23 burquinenses. Os demais eram provenientes de Canadá, Líbano e Argélia. Os seis tripulantes, dois pilotos e quatro comissários, eram espanhóis.


Um destacamento terrestre de uma centena de soldados franceses, que partiu da cidade malinesa de Gao a bordo de 30 veículos, chegou na manhã desta sexta-feira ao local da catástrofe.

Sua missão é proteger a zona e reunir elementos úteis para a investigação, assim como os corpos dos passageiros, explicou o ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian.


Disparo altamente improvável


"Descartamos desde o início a possibilidade de um disparo de terra, altamente improvável, e inclusive impossível", afirmou nesta sexta-feira o secretário de Estado de Transportes da França, Frédéric Cuvillier, lembrando que as condições meteorológicas se degradaram de forma extrema.

"Esta foi a razão principal ou houve um problema técnico, ou talvez vários problemas se acumularam? Isso ainda será determinado", declarou à televisão France 2.

Por sua vez, o primeiro-ministro de Burkina Fasso, Luc Adolhpe Tiao, declarou que "agora que o avião foi localizado, vamos enviar ao local equipes para ajudar a encontrar os corpos de nossos compatriotas e tomaremos todas as medidas para repatriá-los".

A região de Gao é uma zona perigosa, onde estão presentes jihadistas, bandidos e traficantes de armas, que se aproveitam da imensidão desta zona, em parte desértica e difícil de controlar.

Os soldados franceses estão presentes desde o início da intervenção francesa no Mali, em 2013, para expulsar do norte do país grupos vinculados à Al-Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI), uma região ocupada por eles durante nove meses.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) indicou nesta sexta-feira que fará todo o possível para melhorar a segurança aérea, que é a prioridade, após uma semana negra durante a qual três aviões caíram, deixando mais de 460 mortos.

Na véspera do acidente com o avião da Swiftair, uma aeronave da companhia taiwanesa TransAvia caiu na ilha de Penghu, na altura da costa ocidental de Taiwan, ao tentar aterrissar em meio ao mau tempo. No acidente morreram 48 das 58 pessoas que estavam a bordo.

Além disso, no dia 17 de julho, um avião da companhia Malaysia Airlines caiu no leste da Ucrânia, depois de ter sido derrubado, provavelmente por um míssil, em um território controlado pelos separatistas pró-russos, deixando 298 mortos.

 


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