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Estado de Minas

Ex-presidente tenta mediar libertação de estudantes sequestradas na Nigéria

Olusegun Obasanjo ainda tem influências no país e diz que conseguiu abrir diálogo com membros do Boko Haram


postado em 27/05/2014 15:46 / atualizado em 27/05/2014 16:58

Mulheres fazem vigília na cidade de Lagos até a libertação de jovens sequestradas(foto: Akintunde Akinleye/Reuters)
Mulheres fazem vigília na cidade de Lagos até a libertação de jovens sequestradas (foto: Akintunde Akinleye/Reuters)

O ex-presidente nigeriano Olusegun Obasanjo tentou se reunir com os representantes do Boko Haram para libertar as mais de 200 adolescentes sequestradas pelo grupo radical islâmico em meados de abril. O ex-chefe de Estado (1999-2007), que continua sendo uma figura política influente no país, se encontrou no fim de semana com vários intermediários do Boko Haram, indicou à AFP uma fonte ligada às negociações e que não quis ser identificada.

O advogado Mustafá Zanna, ligado à família do ex-chefe do Boko Haram, Mohamed Yusuf, confirmou que a reunião aconteceu, mas não revelou seu conteúdo. O governo, que, segundo a mesma fonte, abandonou a ideia de tenta fazer uma mediação secreta, não confirmou que esteja a par desta iniciativa de Obasanjo.

O chefe do Estado-Maior da Aeronáutica na Nigéria, marechal Alex Badeh, afirmou na segunda-feira que as mais de 200 estudantes foram localizadas. As famílias continuam sem notícias, quase dois meses depois do sequestro em massa que ocorreu no instituto Chibok, no nordeste da Nigéria, enquanto o mundo inteiro se mobiliza para pedir sua libertação.

O presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, descartou a possibilidade de fazer uma troca de prisioneiros pelas estudantes, como havia pedido o atual chefe do grupo, Abubajar Shekau. Mas, de acordo com a fonte da AFP, desde então o governo tenta negociar em secreto a libertação das meninas através de um jornalista, Ahmad Salkida, ligado ao ex-chefe do grupo. "Houve um contato, mas o governo o rompeu", segundo esta fonte, depois da volta de Goodluck Jonathan da cúpula de Paris em 17 de abril, na qual a Nigéria e os países vizinhos estabeleceram um plano de luta contra o Boko Haram, apoiado pelos ocidentais.

No último dia 12, o Boko Haram divulgou um vídeo com as estudantes sequestradas, afirmando que as jovens haviam sido convertidas ao Islã e destacando que as vítimas serão libertadas apenas no caso de uma troca com jihadistas detidos. Mas o governo nigeriano descartou liberar presos islamitas em troca da libertação das adolescentes.

No total, 276 adolescentes foram sequestradas em 14 de abril em Chibok, no estado de Borno (nordeste da Nigéria), que tem uma grande comunidade cristã. Muitas jovens conseguiram fugir pouco depois do sequestro e 223 continuam desaparecidas.

Boko Haram ("A educação ocidental é um pecado" em língua hausa), que deseja impor a lei islâmica no norte da Nigéria, matou milhares de pessoas desde 2009 e atacou escolas do nordeste do país em várias oportunidades. A maioria dos ataques recentes foi cometido no nordeste da Nigéria, reduto histórico do grupo, onde o Exército mantém uma grande ofensiva contra os islamitas.


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