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Estado de Minas

Começa julgamento por tragédia de trem na Argentina


postado em 18/03/2014 19:22

Começa nesta terça-feira o julgamento por um acidente de trem na Argentina que deixou 51 mortos em 2012, em uma das maiores tragédias ferroviárias do país.

O terceiro maior acidente ferroviário da história na Argentina ocorreu em 22 de fevereiro de 2012, quando um trem com cerca de 2.000 passageiros, proveniente da periferia oeste, atingiu a plataforma do terminal do bairro de Once, em Buenos Aires, deixando 51 mortos e cerca de 800 feridos.

O maquinista Marcos Córdoba, de 30 anos, é um dos principais acusados pelo "descarrilamento culposo, agravado por morte", depois que sete perícias técnicas indicaram que o trem não tinha defeitos em seus freios, segundo um relatório divulgado na semana passada pelo tribunal.

Outros 28 acusados também estão no banco dos réus, entre eles os empresários que tinham a concessão do serviço, assim como dois ex-secretários de Transportes do governo de Cristina Kirchner, acusados de administração fraudulenta.

No início da audiência em uma sala dos tribunais da capital, dezenas de cartazes pedindo "Justiça" foram exibidos por parentes das vítimas, que ficaram separados dos acusados por uma parede de vidro.

Pouco depois do acidente, um dos ex-secretários acusados, Juan Pablo Schiavi, fez declarações infelizes criticando os passageiros por se amontoarem no primeiro vagão -onde houve mais mortes- para ficarem mais perto da saída e afirmando que teria sido um dia festivo se tivessem acontecido menos mortes.

O julgamento pode durar um ano, com a apresentação de cerca de 350 testemunhas, segundo indicaram os advogados envolvidos.

- Uma tragédia com consequências políticas -

A chamada "tragédia de Once" deixou claro o estado precário das ferrovias privatizadas nos anos 90, quando foram fechadas dezenas de estações em todo o país, e a falta de investimentos no setor, apesar de a administração kirchnerista iniciada em 2003 ter prometido sua recuperação.

A morte de trabalhadores em um trem em péssimas condições comoveu os argentinos e comprometeu a imagem da presidente Cristina Kirchner, segundo analistas.

O setor de Transportes passou do influente e questionado ministro do Planejamento Federal, Julio de Vido, para as mãos do ministro do Interior, Florencio Randazzo, que admitiu que "o transporte é uma dívida" do governo.


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