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Estado de Minas

Uma crise orçamentária cara para as finanças e a imagem dos EUA


postado em 17/10/2013 16:01

A crise orçamentária nos Estados Unidos, que foi provisoriamente superada nesta quarta-feira, depois de duas semanas de paralisia, custou bilhões de dólares ao país e afetou também sua liderança econômica.

Em vigor desde 1º de outubro, o fechamento de inúmeros serviços públicos e o desemprego parcial de milhares de funcionários, custará 0,6 ponto percentual ao crescimento econômico do país no quarto trimestre, considerou a Standard & Poor's.

A riqueza produzida nos Estados Unidos entre outubro e dezembro perderá assim 24 bilhões de dólares, indica a agência de classificação de risco em um comunicado.

"Em setembro, esperávamos um crescimento em ritmo anual de 3% para o quarto trimestre, porque pensávamos que os políticos tinham aprendido a lição desde 2011", com a crise orçamentária anterior, lembrou a S&P.;

A agência Moody's chega praticamente à mesma conclusão, afirmando que o acordo alcançado entre republicanos e democratas evitou uma "catástrofe". Segundo suas estimativas, o crescimento americano no último trimestre será reduzido em 0,5 ponto, causando, enfim, um prejuízo "limitado" ao país.

As perdas ligadas à paralisia orçamentária são em conjunto amplamente reversíveis, já que os funcionários receberão retroativamente os salários de que foram privados durante duas semanas.

A paralisia anterior entre 1995 e 1996 é ilustrativa. O Estado teve que fechar durante quase um mês no total e o crescimento em ritmo anual perdeu cerca de um ponto, a 2,6%, entre o terceiro trimestre de 1995 e o primeiro trimestre de 1996.

Contudo, o país registrou um forte crescimento, de 7,2%, no segundo trimestre.

"A confiança dos consumidores certamente foi afetada, mas deve se recuperar muito rapidamente", preveem analistas da High Frequency Economics.

"Incerteza"

Quanto aos custos econômicos, deverá ser considerado também o aumento dos rendimentos dos bônus do Tesouro a curto prazo, que pesará sobre o serviço da dívida do governo federal.

O Fed (banco central) também destacou nesta quarta-feira a incerteza que a crise do Congresso gera sobre os contratos de trabalho, no momento em que a taxa de desemprego se mantém elevada (7,3% em agosto).

Os maiores temores estão concentrados em outro aspecto da crise orçamentária: o aumento do limite da dívida, que ameaçava obrigar os Estados Unidos a declarar a primeira moratória de sua história.

O acordo alcançado no Congresso soluciona de forma temporária esse problema, elevando o teto apenas até 7 de fevereiro, o que permite prever outra batalha no Congresso.

"Muitos pontos ainda devem ser resolvidos", disse a Moody's, lembrando que o acordo sobre o orçamento a longo prazo deve ser alcançado antes de meados de dezembro.

Contudo, além do custo econômico, esta nova crise orçamentária também teve um impacto, apesar de menos quantificável, sobre a liderança econômica norte-americana.

Na sexta-feira, os Estados Unidos foram repreendidos pelos ministros de Finanças dos países do G20 em Washington.

"Os Estados Unidos devem atuar com urgência para solucionar a incerteza orçamentária a curto prazo", afirma o comunicado final da reunião das principais economias mundiais.

Ao longo da semana passada, marcada pelas assembleias gerais do FMI e o Banco Mundial, os Estados Unidos também foram mencionados pelos grandes financiadores internacionais.

A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, pediu à maior economia mundial que deixe suas finanças públicas "em ordem".

O secretário do Tesouro americano, Jacob Lew, reconheceu: os Estados Unidos não devem "dar como certa" a sua liderança econômica.


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