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Estado de Minas

Reforma do sistema de saúde dos EUA entra em etapa crucial


postado em 30/09/2013 16:04

Milhões de norte-americanos que precisam de cobertura de saúde poderiam contar, a partir de terça-feira com um seguro subsidiado, uma revolução no país iniciada pelo presidente Barack Obama, mas cujo lançamento foi dificultado pela disputa política atual e por alguns problemas técnicos.

"Vai ser uma loucura", disse à AFP, Alicia Wilson, diretora da Clínica do Povo, um centro de saúde de Washington dedicado à comunidade hispânica. "Vamos poder mostrar às pessoas como isso funciona, mas certamente muitos não poderão se inscrever no primeiro mês".

O Estado se apoia em organizações como a Clínica para orientar as pessoas que não têm seguro de saúde, já que nada é automático e os procedimentos para receber atendimento são complexos.

O projeto é titânico. O governo reconheceu que os sistemas de informática ainda não estavam completamente prontos para aceitar os formulários eletrônicos. A reforma deve enfrentar um enorme desafio: fazer com que os cidadãos saibam que têm novos direitos, algo que talvez muitos não saibam apesar da publicidade.

"Estou realmente surpresa pela quantidade de gente que não sabe nada disso e pela pouca clareza da mensagem transmitida", disse Wilson.

"O público está muito desinformado, tentaram transformar o programa em algo diabólico, quando, na realidade, esta é a primeira tentativa verdadeira de reformar o sistema de saúde e de conseguir uma cobertura quase universal", explicou à AFP, Vincent Keane, presidente da Unity Health Care, uma rede de 30 centros de saúde de Washington.

Em um país onde a cobertura de saúde é, no geral, oferecida pelo setor privado, mais da metade dos cidadãos têm acesso ao sistema de saúde por meio de seus empregadores.

Cerca de 57 milhões de pessoas carecem, por outro lado, de todo tipo de cobertura para seus gastos médicos ou hospitalares, já que não são suficientemente pobres para buscar ajudas sociais nem suficientemente ricas para pagar um seguro individual.

Todas devem pagar a tarifa plena por qualquer tratamento a que sejam submetidas, inclusive contra o câncer ou diabetes.

Cerca de 7 milhões delas podem se beneficiar da reforma para conseguir um seguro a partir de 1º de janeiro de 2014, segundo o Escritório de Orçamento do Congresso e 25 milhões, antes de 2016.

Seguro de saúde para todos

As pessoas que hoje necessitam de seguro médico terão desde o começo do próximo ano acesso a um amplo menu de opções, cujo preço oscilará segundo sua capacidade de reembolso. O montante dos subsídios variará em função das receitas de cada lar, de forma que as famílias não gastem em saúde mais que certa proporção de sua renda.

A partir de 1º de janeiro, as seguradoras já não poderão modificar o valor do seguro segundo os antecedentes médicos de seu cliente. Os únicos fatores a serem levados em conta para esse cálculo serão a idade, a região, o tamanho do lar e o nível de consumo de cigarros.

Uma família de quatro pessoas que more em Miami e que tenha receitas anuais de 50.000 dólares pagará 282 dólares por mês por um seguro médico, que comprende 519 dólares de ajuda estatal, exemplificou o governo. A economia para as famílias desse tipo será de milhares de dólares.

Os adversários republicanos de Obama acusam o governo de pretender "socializar" a medicina, continuando o modelo europeu. Segundo eles, os custos aumentarão, fundamentalmente para as empresas, que serão multadas caso não seja proposto um plano de seguro médico a seus funcionários.

Vinte e sete estados governados pelos republicanos se negam a cooperar na implantação da reforma e seus representantes já realizaram cerca de 40 tentativas de revogar a lei nol Congresso, todas elas infrutíferas.

Obama não tem intenção alguma de ceder em relação à lei mais emblemática de seu primeiro mandato. "Enquanto eu for presidente, isso naõ acontecerá", insistiu ele na semana passada.

O presidente afirmou que se reunirá nesta segunda e na terça-feira com os líderes do Congresso para tentar evitar uma paralisia dos serviços públicos, mas alertou que não negociará sob ameaça.


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