(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Antieuropeus avançam nas urnas


postado em 04/05/2013 00:12 / atualizado em 04/05/2013 08:52

Gabriela Freire Valente

 Brasília – Os britânicos foram surpreendidos pela ascensão do Partido pela Independência do Reino Unido (Ukip, em inglês) nas eleições para os conselhos de 34 condados da Inglaterra. O resultado da votação, realizada na quinta-feira, foi divulgado ontem e mostrou que o partido – que se coloca como antieuropeu e anti-imigração – elegeu pelo menos 144 conselheiros. Em 2009, o Ukip havia conquistado apenas sete cadeiras nos parlamentos regionais. Apesar de manter a maioria dos postos, com 1.080 conselheiros, o Partido Conservador, do primeiro-ministro David Cameron, perdeu 327 assentos e cedeu o controle de 10 conselhos. Entre as legendas tradicionais, o Partido Trabalhista, de oposição, elegeu 527 conselheiros, e o Liberal Democrata, que integra o gabinete de coalizão liderado por Cameron, fez 347.

 "Há uma lição para todos os partidos, hoje. Nós, conservadores, temos de focar ainda mais a economia, o bem-estar e o controle da imigração", declarou Cameron, que anteriormente classificara os membros do Ukip como "um bando de malucos e racistas enrustidos". Segundo o jornal The Guardian, o crescimento é o maior para um partido desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Nigel Farage, líder da legenda de extrema direita, admite que o grupo, ainda sem representação na Câmara dos Comuns (que elege o governo britânico), tem grandes desafios pela frente, mas promete lutar por uma vaga no Palácio de Westminster, em 2015. "As pessoas que votaram em nós rejeitam o sistema. Os três principais partidos parecem iguais, soam iguais e são constituídos por pessoas que nunca trabalharam no mundo real", disse Farage à rede pública BBC.

 Com a proposta de um "divórcio amigável" da União Europeia (UE), além de restringir a imigração aos que podem "mostrar claramente benefícios para o povo britânico e sua economia", os candidatos do Ukip conseguiram se eleger em redutos conservadores, como o condado de Lincolnshire. "Esses votos são de protesto contra o governo. Hoje, há uma espécie de fobia anti-imigrantes no Reino Unido, e o Ukip baseou sua campanha nessa questão", explica Tim Bale, professor de ciência política da Universidade Queen Mary, em Londres.

 Embora não aposte que o Ukip possa repetir o desempenho nas eleições de 2015, já que o sistema eleitoral favorece os grandes partidos, Bale salienta que líderes políticos começam a se preocupar. No início deste ano, Cameron anunciou uma série de medidas para dificultar a concessão de cidadania a estrangeiros e cogitou convocar um referendo para decidir sobre a permanência do Reino Unido na UE. As ações foram consideradas uma estratégia para ganhar votos ainda mais conservadores.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)