O segundo dia do inquérito sobre a morte do estudante brasileiro Roberto Laudisio Curti, de 21 anos, em Sydney, na Austrália, revelou que ele levou um tiro de Taser quando já estava algemado e controlado no chão por cinco policiais.
Durante perseguição, em 18 de março, Curti foi alvo de 14 tiros da arma de eletrochoque da polícia australiana. Conhecido como Eric, Chin Aun Lim, o policial que deu o último disparo, seguiria depondo na terça-feira no júri que ocorre em Sydney. Seu depoimento foi o mais tenso até agora e revoltou parentes de Curti. Domingos Laudisio, tio do estudante, disse ao Estado que “o que aconteceu foi um caso evidente de tortura”.
O cônsul brasileiro na cidade de Sydney, André Costa, mostrou-se surpreso com a polícia australiana, mas disse que o governo brasileiro “está satisfeito com o andamento do inquérito”.
Policiais envolvidos na morte de Curti começaram a depor na segunda-feira (08) “sob exceção” - nada do que dizem pode ser usado contra eles. O supervisor da polícia local no momento da perseguição, sargento Craig Partridge, repetiu pelo rádio que teria havido um “roubo a mão armada”. Ele via a ação por câmeras.
Mesmo sendo corrigido três vezes, o sargento prosseguiu e não alertou ninguém. “Estava cansado no fim de um turno de 12 horas de trabalho”, justificou.