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Estado de Minas

Garoto sofria pressão para não deixar o game Baleia Azul , diz mãe de jovem que se matou

Maria de Fátima Santos contou que Gabriel era 'atormentado' e agia de forma estranha. Sob investigação, grupo inclui jogadores de 10 a 20 anos


postado em 14/04/2017 07:45 / atualizado em 14/04/2017 08:33

Imagem da baleia azul é utilizada como código para o jogo do suicídio(foto: Reprodução/Facebook)
Imagem da baleia azul é utilizada como código para o jogo do suicídio (foto: Reprodução/Facebook)

A morte de um adolescente de 19 anos de Pará de Minas, na Região Central de Minas, é investigada pela Polícia Civil como sendo a primeira vítima mineira de um jogo internacional de desafios que levam seus participantes ao suicídio. Ele seria o segundo a morrer no Brasil, o primeiro foi um adolescente de Mato Grosso.

Chamado Baleia Azul, esse game começa por meio de contatos com grupos secretos do Facebook e culmina com um administrador repassando 50 desafios de graus variáveis de dificuldade, sendo a última tarefa a pessoa dar cabo da própria vida. Gabriel Antônio dos Santos Cabral tinha mulher e uma filha de apenas 40 dias e, segundo sua mãe, Maria de Fátima Santos, de 37, vinha tentando deixar esse grupo, mas sofria uma pressão muito grande e nos últimos dias agia de forma estranha. O corpo dele foi encontrado pela mulher sobre a cama do casal, depois que ela voltou do pernoite na casa da mãe, na quarta-feira. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram acionados e os socorristas encontraram cinco cartelas vazias do antidepressivo e calmante Cloridrato de Amitriptilina. Estima-se que o rapaz tenha ingerido dezenas de comprimidos na noite anterior. O caso está sendo investigado na Delegacia Regional de Pará de Minas, onde o telefone celular do rapaz está sendo periciado.

De acordo com a Polícia Civil, o grupo de que Gabriel participava está sendo investigado e foram encontrados participantes de todos os estados do Brasil com idades entre 10 e 20 anos. O corpo de Gabriel foi enterrado na manhã dessa quinta-feira sob muita comoção. Uma de suas irmãs chegou a desmaiar. Na família todos comentavam não esperar por esse tipo de desfecho, comentando que o rapaz era trabalhador, pagava as próprias contas de aluguel e da casa e estava planejando uma festa de aniversário para a filha, no fim do ano.

A mãe disse que só soube sobre o jogo no domingo, quando o próprio filho lhe contou sobre sua participação. “Pedi a ele para sair disso. Que isso era coisa do diabo, de quem tem pacto com o demônio e está coletando as almas dos outros. Ele disse que tentava sair, mas que as pessoas do grupo o adicionavam de volta, atormentavam meu filho, ele não sabia mais o que fazer”, relata Maria de Fátima. No enterro do filho, inúmeras pessoas disseram para Maria de Fátima que os membros do grupo chegavam a fazer ameaças. “Disseram que ninguém deixa o jogo. Só tem duas formas de sair desse jogo. Ou se matando ou de os outros virem atrás das pessoas e da sua família”, conta.

Segundo Maria de Fátima, o jovem disse que já tinha cumprido alguns desafios, como tirar uma fotografia assistindo a um filme de terror e filmar a si mesmo no alto de um edifício. Chegou até a se cortar tentando desenhar uma baleia no braço com uma lâmina de barbear quebrada, desafio que não terminou. “Ele disse que começou a fazer o desenho na pele, mas que não suportou a dor e por isso parou no meio do caminho. Essas fotos dele em altura nem faziam a gente desconfiar porque ele trabalhava com construção e vivia no alto dos prédios”, afirma. O remédio que ele tomou era uma prescrição médica para a insônia e a enxaqueca que o afligiam, segundo a mãe. “Ele tinha dificuldades para dormir e dores de cabeça, enxaquecas. O médico tinha prescrito e ele tomou tudo”, disse. Ela deixou, ainda, um recado desesperado para outras mães que possam descobrir que seus filhos estão envolvidos com o jogo. “Tome o celular (do filho), quebre, jogue fora, dê palmada, ponha de castigo, faça o que for preciso, mas não deixe seu filho acabar morto por causa de um jogo desses”, desabafou.

OUTRAS MORTES Na terça-feira, uma adolescente de 16 se matou ao saltar em um reservatório na cidade mato-grossense de Vila Rica. De acordo com a polícia, no celular da jovem constava a sua participação no grupo da Baleia Azul e, por meio disso, foi possível rastrear outros participantes e levantar quais poderão responder por induzir ou instigar o suicídio.  Em 16 de outubro de 2016, outro adolescente, desta vez em Santos, no litoral de São Paulo, morreu depois de aceitar um desafio online conhecido como “Choking Game” ou Jogo do Desmaio, uma competição que consiste em se enforcar e tentar sobreviver mais tempo.


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