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Estado de Minas

Chuva e vento levam bombeiros a registrar 89 quedas de árvores em BH

Devido aos temporais, galhos e troncos atingiram postes e interromperam vias. No interior, um jovem morreu


postado em 06/12/2016 06:00 / atualizado em 06/12/2016 07:27

Árvore de grande porte caiu na Rua Porto Seguro, Bairro Nova Vista(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS)
Árvore de grande porte caiu na Rua Porto Seguro, Bairro Nova Vista (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS)
A temporada de chuva chegou trazendo os problemas de sempre para Belo Horizonte e interior do estado. Na capital, a chuva seguida de fortes rajadas de vento derrubou árvores, interrompeu vias, destruiu postes de energia elétrica e iluminação e provocou problemas no trânsito.

Da 0h de domingo até as 17h de ontem, o Corpo de Bombeiros registrou 89 ocorrências envolvendo árvores na capital e cidades da região metropolitana, sendo 12 vistorias em espécimes com risco de quedas e 77 cortes das que caíram em via pública. A chegada do período chuvoso agrava o risco de acidentes, já que galhos e troncos ficam mais pesados e o solo encharcado pelo acúmulo de água.

Na noite de domingo, um adolescente de 17 anos morreu depois de ser atingido por uma árvore, na MGC-458, próximo a Conselheiro Pena, na Região do Rio Doce. Segundo a Polícia Militar (PM), ventava e chovia muito no momento do acidente. O jovem, identificado como Helio Cabral Nogueira, estava na garupa de uma motocicleta que era conduzida pelo pai, Luiz Carlos Nogueira, de 43.


Ontem, os bombeiros registraram diversas ocorrências de queda de árvores na capital. À tarde, uma delas caiu e atingiu parte de uma casa no Bairro São Geraldo, na Região Leste. Não houve vítimas. Também na tarde de ontem, outra árvore caiu na Rua Urutaus, no Bairro Vila Clóris, Região Norte. Outra ocorrência do tipo parou o trânsito na Avenida Olegário Maciel, no Bairro Lourdes, Região Centro-Sul. Três faixas da via foram interditadas. Próximo dali, no Barro Preto, também Região Centro-Sul, uma planta desabou sobre três veículos estacionados na esquina das ruas Mato Grosso com Goitacazes.

Um dos locais mais afetados foi o Bairro Nova Vista, na Região Leste, onde a queda de uma árvore às 19h30 de domingo sobre a rede elétrica resultou em horas de interrupção do fornecimento de energia a grande parte do bairro. Técnicos da Cemig desconectaram os cabos dos postes para que os funcionários prefeitura pudessem serrar o tronco, que caiu na altura do número 937. Um poste ficou tombado, apoiado na caçamba de um caminhão e outros dois se partiram ao meio. A balconista Alice Oliveira Flávia, de 58, conta que no momento do incidente ninguém se atrevia a abrir a janela para ver o que era. “Foi um barulho muito forte, parecia uma explosão. Ao mesmo tempo, chovia e ventava demais”, conta.

Ontem, mais de 12 horas após a queda, a mulher ainda reclamava que nada havia sido feito para reestabelecer a energia elétrica nem abrir a rua. “Esta é a via principal do bairro. Ninguém está podendo passar, os ônibus estão desviando e parando longe. Fora as nossas geladeiras que estão cheias de alimento se perdendo”, disse. Mesma reclamação dos comerciantes, que torciam para o retorno do fornecimento para voltarem a trabalhar. “A gente tem mercadorias que podem se estragar, como queijos frescos. Mas o pior de tudo é que sem eletricidade não conseguimos atender ninguém nem vender nada, um grande prejuízo”, disse o gerente de um sacolão da rua, William Silva Resende, de 45.

O resultado da queda da árvore no Nova Vista foram três postes derrubados(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS)
O resultado da queda da árvore no Nova Vista foram três postes derrubados (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS)

CONTROLE
A Prefeitura de BH ainda não dispõe de um levantamento mais profundo sobre a saúde das 485 mil árvores existentes em ruas e avenidas da cidade, e que se tornam uma ameaça ainda maior nesta estação de tempestades. Em janeiro de 2011, também na estação das águas, a secretária aposentada Maria de Fátima Ferreira, de 57, morreu depois de ser atingida por uma árvore de grande porte ,cuja raiz estava infestada de cupins, no Parque Municipal, onde a vítima caminhava. A Cemig informou que somente faz poda preventiva entre os meses de abril e setembro, antes do período chuvoso, e emergencial quando há risco de queda. O serviço somente é feito quando a vegetação está “em conflito com a rede elétrica”.

A PBH informou que, por meio de cada uma de suas nove gerências regionais de Jardins e Áreas Verdes faz o monitoramento rotineiro da arborização nas vias públicas da cidade e, quando solicitado, nas áreas internas dos lotes de propriedade privada. “Nas vias públicas, quando identificado problema ou fragilidade, que gerem riscos potenciais de queda da árvore, é esse exemplar indicado para supressão, o que pode ser efetuado até imediatamente, dependendo da gravidade da situação”, informou.

As avaliações, segundo a PBH, geram, em média, cerca de 6 mil supressões por ano, para reduzir os riscos ocasionados pelas ocorrências de possíveis quedas. “E são os períodos chuvosos e, em especial, os momentos de ventos fortes, os mais propícios para a ocorrência dessas quedas, sendo responsáveis por 90% dos registros de queda durante o ano. Muitas vezes, são as árvores sadias que caem, devido à força dos ventos, exatamente por apresentarem condições mais propícias a uma maior pressão contrária a estas forças, frente, em especial, à presença de copas e folhagens mais densas”, informou.

Árvores com problemas fitossanitários, segundo o município, passíveis de serem revertidos, são acompanhadas por técnicos, na tentativa de sua reabilitação. Até o momento, segundo a PBH, 300 mil árvores foram catalogadas pelo inventário.

GRANDE BH
A chuva intensa também provocou estragos em cidades da região metropolitana. Em Betim, 66 ocorrências foram registradas entre a madrugada de sábado e ontem, envolvendo queda de árvores, plantas que ofereciam riscos, deslizamento de encostas e casas que ameaçavam desabar. De acordo com a Prefeitura de Betim, as ocorrências mais graves, porém sem mortes, foram o desabamento de duas casas, localizadas em áreas de risco e invadidas. Em Contagem, houve desabamento parcial de uma casa no Bairro Vila Nova Esperança, no Bairro Nova Contagem. Não houve vítimas. Os moradores estão em abrigos.

 

 


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