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Estado de Minas

Pampulha foi marco para Niemeyer: veja fotos

Conjunto moderno da Pampulha ganhou o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido pela Unesco neste sábado em Istambul, na Turquia


postado em 17/07/2016 06:28 / atualizado em 17/07/2016 07:07

Ver galeria . 25 Fotos Vista do Cassino da PampulhaArquivo EM
Vista do Cassino da Pampulha (foto: Arquivo EM )

O sonho de conquistar o título de Patrimônio Cultural da Humanidade para a Pampulha começou há 20 anos, mas naqueles tempos, esbarrou no pesadelo da poluição da lagoa e da degradação do conjunto moderno, do qual fazem parte a Igreja de São Francisco de Assis, o Museu de Arte da Pampulha (MAP), o Iate Tênis Clube e a Casa do Baile, atual Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design de Belo Horizonte e o Iate Tênis Clube, todos construídos entre 1942 e 1943 com projeto do arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012).

A história vai mais além, começa na década de 1930, com a construção da barragem da Pampulha para abastecimento de água da população, na administração do prefeito Otacílio Negrão de Lima (1897-1960), que pôs em prática o projeto do engenheiro Henrique de Novaes. Dez anos depois, quando assumiu a prefeitura, o prefeito Juscelino Kubitschek (1902-1976) decidiu ampliar a área da represa e fez um concurso para a construção de um cassino, porém não ficou satisfeito com o resultado. Pediu então opinião a Gustavo Capanema (1900-1985), ministro da Educação do governo Getúlio Vargas, que o apresentou ao jovem arquiteto Niemeyer.

Capanema passara pela experiência de construir o prédio do Ministério da Educação e Saúde, no Rio de Janeiro, hoje Palácio Gustavo Capanema e primeira construção moderna no país.. Para tanto, convidara o arquiteto franco-suíço Le Corbusier (1887-1965), que revolucionou a arquitetura mundial, sendo chamado de “pai da arquitetura moderna”. Niemeyer trabalhava na equipe que construía o prédio e, com aval de Capanema e do arquiteto Lúcio Costa (1902-1998), JK o convidou para trabalhar em BH.



Carreira

Nas páginas do seu livro As curvas do tempo: memórias, de 1998, Niemeyer escreveu que a Pampulha significou um despertar na sua carreira, servindo de referência até para o projeto de Brasília, inaugurada em 1960 e fruto da sua parceria com o urbanista Lúcio Costa (1902–1998). Enquanto o mundo ainda valorizava o ângulo reto, a Pampulha explodia em curvas. Com efeito, vai ficar na história uma das frases de Niemeyer que resumem esse pensamento: “Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual”.

Com a conquista de hoje, o conjunto arquitetônico da Pampulha se torna o segundo no estilo moderno, no país, a ser reconhecido pela Unesco: o primeiro foi o Plano Piloto de Brasília (DF), que saiu da prancheta do arquiteto Lúcio Costa (1902-1998) e com projetos de Niemeyer. No mundo, conforme a Unesco, se destaca Le Havre, a cidade francesa reconstruída por Auguste Perret, inscrita no Patrimônio Mundial desde 2005. Neste ano, o tema do patrimônio moderno está em pauta na reunião do comitê, que até quarta-feira, com avaliação das principais obras de arquitetura moderna de Frank Lloyd Wright, nos Estados Unidos, e a obra arquitetônica do franco-suíço Le Corbusier, presente na Argentina, Bélgica, França, Alemanha, Índia, Japão, Suíça e Brasil.


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