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Estado de Minas

Dengue desacelera, mas casos de gripe disparam em Minas

Com os primeiros sinais de que a epidemia de dengue começa a perder força, aumento dos casos graves de gripe, que já mataram 23 pessoas, vira motivo de alerta


postado em 29/04/2016 06:00 / atualizado em 29/04/2016 08:43

Casos de dengue diminuem, mas proliferação do mosquito requer atenção o ano todo (foto: Gladyston Rodrigues/EM )
Casos de dengue diminuem, mas proliferação do mosquito requer atenção o ano todo (foto: Gladyston Rodrigues/EM )
O surto de dengue no estado – que até o momento já registrou 371.275 casos prováveis e 62 óbitos – começa a dar sinais de desaceleração. Dados do último balanço epidemiológico do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG) apontam retração no número de novos casos em Minas. A redução vem desde março na comparação com fevereiro (4,56%) e chegou a 77,7% se comparados os primeiros 25 dias de abril com o registro do mês passado. A queda, tida como natural para o período, devido à baixa nas temperaturas e à menor incidência de chuvas, não significa, no entanto, que é possível relaxar o nível de alerta na saúde. Com 87 casos graves de influenza e aumento no número de mortes pela doença até este mês (23 vítimas, 14 delas por H1N1) em relação a todo o ano passado (15), começa um novo desafio: proteger a população das infecções respiratórias características do outono e inverno, a exemplo da gripe H1N1, e ainda permanecer vigilante quanto ao Aedes aegypti. Isso porque o transmissor da dengue, zika e chikungunya não dá trégua e continua agindo durante todo o ano, mesmo quando há circulação menor de mosquitos.

Neste ano, até 16 de abril, foram registrados 1.635 casos graves de influenza de todos os tipos no Brasil. Deste total, 83% (1.365) foram pelo subtipo influenza A (H1N1), sendo 230 óbitos (do total de 250 mortos por gripe), com registro de um caso importado (vírus contraído em outro país). Em Belo Horizonte, os dados de 2016 também chamam a atenção para a síndrome respiratória aguda grave causada por influenza. São 15 casos de influenza (A e B) até abril, contra cinco no mesmo período de 2015. A capital já acumula quatro mortes pela doença (três de moradores de outros municípios). Gerente de Vigilância em Saúde, Maria Tereza da Costa Oliveira explica que a secretaria está atenta para avaliar o aumento do número de consultas e internações por gripe. “Essa é uma preocupação que temos todos os anos e que já começou, uma vez que o outono e inverno têm prevalência das doenças respiratórias”, afirma, lembrando que maio e junho concentram picos de casos.

Ela destaca ainda que BH, assim como todo o país, já deu início à sua campanha de vacinação contra os três subtipos de vírus influenza, na última segunda-feira. A expectativa da Secretaria Municipal de Saúde é vacinar 100% do público-alvo, que soma 669.260 pessoas. No ano passado, a campanha atingiu 92% desse contingente e chegou a 615.479 vacinados. O serviço estará disponível até 20 de maio.

Apesar de afirmar que tanto a dengue quanto as influenzas têm o mesmo peso de atenção na rede, a gerente explica que, dependendo da evolução dos casos de dengue, alguns serviços podem ser reduzidos, caso haja queda no caso das enfermidades transmitidas pelo Aedes aegypti, o que ainda não se verifica em BH. “O mosquito se reproduz durante todo ano e seu ovo é muito resistente, o que faz com que o perigo se mantenha. Mas, claro, com menos quantidade de chuva nos próximos meses, a transmissão será menor e, a partir de um certo momento, pode ser possível diminuir as ações, mesmo sem nunca interromper o serviço. Vamos analisar a evolução dos casos”, disse.

MOBILIZAÇÃO No estado, as estatísticas mostram que, mesmo com a redução no número de novos casos de dengue, também há motivo para manutenção do alerta. Minas tem 34% dos doentes por dengue de todo o país, ainda aparece em primeiro lugar em número de diagnósticos e com incidência de 1.332,5 casos por 100 mil habitantes – a maior entre todos os estados da federação. Dos 802.429 registros de dengue que aparecem no balanço nacional até 2 de abril, 463.807 estão no Sudeste, sendo 278.071 mil em Minas.

O diretor de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Claudio Maierovitch, explica que desde o fim de fevereiro a pasta vem observando redução no número de casos e afirma que essa é uma tendência esperada para as próximas semanas, devido a ações de combate ao Aedes aegypti. Campanário, no Vale do Rio Doce, que já foi apontada como a “capital da dengue” em Minas – por apresentar, por mais de um mês, maior incidência entre todas as cidades brasileiras com população menor que 100 mil habitantes –, não ocupa mais o posto no ranking e nas quatro últimas semanas não registrou nenhum diagnóstico de dengue.

(foto: Arte/EM/D.A Press)
(foto: Arte/EM/D.A Press)

(foto: Arte/EM/D.A Press)
(foto: Arte/EM/D.A Press)


Sem baixar a guarda contra os mosquitos

O período de menor circulação do Aedes aegypti não deve representar a redução dos cuidados da população com a proliferação do mosquito. Quem alerta é o infectologista Carlos Starling, lembrando que a dengue é uma doença que persiste durante todo o ano. “Estamos falando apenas de uma circulação menor do mosquito, mas isso não quer dizer que ele sumiu.  Temos dengue o ano inteiro e, portanto, os cuidados devem ocorrer durante o ano todo também. Sabemos que os mosquitos continuam depositando os ovos e que eles permanecem em latência durante um longo período para eclodir na época da chuva”, comenta.Ainda de acordo com o especialista, o momento em que mosquito está mais vulnerável é o ideal para que os cuidados sejam ampliados.

Apesar dos dados em queda, a Secretaria de Estado da Saúde  também alerta para a necessidade de manter os cuidados em relação à dengue. “Deve-se manter a casa limpa e sem água parada, para evitar possíveis criadouros, eliminar pratinhos de plantas com água, garrafas PET ou qualquer objeto que facilite o acúmulo de água, além de atentar para o armazenamento e destinação do lixo, manter as calhas livres de entupimento, manter limpos e escovados bebedouros de animais domésticos, entre outros cuidados.”

Entre as cidades mineiras que ainda apresentam números preocupantes da doença, segundo o Ministério da Saúde, estão Belo Horizonte e Contagem. Considerando os municípios com população entre 500 e 999 mil habitantes, Contagem aparece em primeiro lugar no ranking, com 2.755,1 casos por 100 mil habitantes. Nas cidades com mais de 1 milhão, o destaque é Belo Horizonte, com incidência de 3.185,9 casos por 100 mil habitantes. BH já confirmou 40.192 diagnósticos e 15 óbitos por dengue. No estado, são 62 mortes confirmadas e 164 investigadas.

 


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