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Estado de Minas ALERTA NA CURVA DA MORTE

Outdoor denuncia riscos para quem circula pelo Km 117 da MG-050

Trecho é considerado o mais perigoso da via estadual detentora do maior índice de acidentes fatais em Minas Gerais


postado em 27/07/2015 06:00 / atualizado em 27/07/2015 08:00

Painel instalado às margens da estrada privatizada cobra providências (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS )
Painel instalado às margens da estrada privatizada cobra providências (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS )
A curva mais perigosa da rodovia MG-050 ganhou sexta-feira um outdoor evidenciando o perigo no local e também a indignação de quem se arrisca a passar por lá: “KM 117 – curvas da morte. O maior índice de acidentes fatais de toda a rodovia estadual. Muitas vidas ceifadas e só promessas! Prezado governador Fernando Pimentel, só você pode virar essa página”.

Na semana passada, o Diagnóstico de Acidentes de Trânsito, elaborado pelo Centro Integrado de Informações de Defesa Social (Cinds), órgão do governo do estado, apontou que a MG-050 foi a estrada mineira que mais teve acidentes com mortes no estado. A via, que liga a Região Metropolitana de Belo Horizonte a São Sebastião do Paraíso, no Sul de Minas, registrou 110 mortes entre 2013 e 2014.

O ponto crítico da rodovia é o quilômetro 117, conhecido como curva da morte ou curva da MBL – referência a uma empresa no local. A sequência de três curvas fica distante um quilômetro da entrada de Divinópolis, no Centro-Oeste mineiro. A estrada é privatizada e, desde 2007, explorada pela empresa Nascentes das Gerais. O pedágio custa R$ 5,10 e diversos pontos da via não são duplicados, incluindo a “curva da morte”.

De acordo com a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), há no contrato de concessão a previsão de uma ampliação da via. “O escopo desta obra é a correção do traçado da rodovia no local e a implantação de terceira faixa. No que compete a esta secretaria, no intuito de atender as reivindicações do local, é possível articular com a concessionária a antecipação da execução desta obra para o mais rápido possível”, informou em nota. A concessionária Nascentes das Gerais foi procurada, mas informou que a diretoria estava em reunião e não poderia se posicionar sobre o assunto.

Somente em 2011 foram nove vítimas na “curva da morte”. Naquele ano, a Câmara Municipal de Divinópolis chegou a realizar uma audiência pública para debater o problema. Logo depois, o então vice-governador do Estado, Alberto Pinto Coelho, foi até a cidade e prometeu que em seis meses o problema seria resolvido. Já se passaram quatro anos e a pista permanece sem duplicação.

Em pouco tempo na margem da rodovia, a reportagem do Estado de Minas presenciou três ultrapassagens na curva. A imprudência pode ser observada em várias situações na rodovia, principalmente, nos trechos sem duplicação, quando os motoristas impacientes forçam a ultrapassagem nos locais proibidos.

Segundo quem mora na região, os veículos descem o trecho em alta velocidade e não conseguem fazer a curva, provocando os acidentes(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press.)
Segundo quem mora na região, os veículos descem o trecho em alta velocidade e não conseguem fazer a curva, provocando os acidentes (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press.)

FAÇA VOCÊ MESMO A placa que denuncia o risco no local foi colocada pelo empresário de Divinópolis, Fernando da Costa Malta. “A quantidade de acidentes aqui é muito grande. Muita gente já perdeu a vida e eu, infelizmente, assisto a tudo de camarote”, afirma Malta. O outdoor de 15mx4m custou R$ 7 mil e o empresário está disposto a ceder parte do terreno dele, que margeia a rodovia, para que o local seja duplicado. “Já quis fazer uma pista paralela aqui, mas não deixaram”, afirma Fernando.

O principal problema, segundo Ronaldo Adriano Silva, funcionário de uma empresa localizada na “curva da morte”, é a alta velocidade dos carros que seguem na descida no sentido Divinópolis. “Quando chegam lá em cima não conseguem fazer a curva”, descreve Ronaldo. A solução, na opinião dele, que já presenciou vários acidentes é apenas uma: “duplicação”.

O sargento Anderson Teixeira, da Polícia Militar Rodoviária (PMRv), trabalha no local há 10 anos. Na análise dele, antes da privatização o panorama era pior, com muitos buracos na pista. Porém, ele destaca que com as melhorias, os motoristas passaram a abusar da velocidade e, por isso, ocorrem acidentes. “Boa pavimentação não é sinal de ausência de acidentes. O que provoca as mortes é uma mistura de negligência, imprudência e imperícia”, entende o policial.


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