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Estado de Minas

Sete novas espécies de peixes são descobertas em Minas Gerais

Peixes foram encontrados durante pesquisa no Quadrilátero Ferrífero. Resultado de estudo se encontra em livro


postado em 26/06/2015 06:00 / atualizado em 26/06/2015 07:40

Ver galeria . 5 Fotos Parotocinclus SPFábio Vieira e Tiago Casarim Pessali/Divulgação
Parotocinclus SP (foto: Fábio Vieira e Tiago Casarim Pessali/Divulgação )

Sete espécies de peixes foram descobertas durante pesquisa no Quadrilátero Ferrífero, na Região Centro-Sul de Minas. A iniciativa da Fundação Biodiversitas e da Vale resultou em um estudo inédito sobre os peixes da região. Foram catalogadas 93 espécies, incluindo as não descritas pela ciência até agora. O resultado do trabalho está no livro Peixes do Quadrilátero Ferrífero: Guia para Identificação, que reúne e sistematiza informações sobre a riqueza da fauna das bacias dessa região do estado. O estudo permitirá a identificação dos principais grupos que ocorrem nos rios Paraopeba, das Velhas e Doce. “Os estudos taxonômicos precisam ser aprofundados, mas, em princípio, são pelo menos sete novas espécies a serem descritas”, informa Fábio Vieira, um dos autores do livro.


Segundo o pesquisador, para a realização do trabalho foi necessário expandir a área denominada de Quadrilátero Ferrífero. Como se trata de uma delimitação geológica, os traçados são retos, o que nem sempre contemplava as bacias hidrográficas. Muitas vezes, um rio entrava na demarcação, mas as cabeceiras ficavam de fora. Os peixes foram identificados com base na literatura disponível, mas pelo menos sete já tiveram o gênero descrito, mas não a espécie. “A importância desse tipo de publicação é ter a sistematização da fauna de determinada região”, avalia Fábio.

Ele destaca que estudos como esse são mecanismos para preservar. “É preciso saber o que tem e onde está. Com isso, conseguimos implantar ações de conservação mais efetivas”, diz As espécies descobertas são de pequeno porte, a maioria, com menos de 15 centímetros quando adultas. “Essa é a razão para que muitas pessoas desconheçam essas espécies”, pondera.

Além da parceria entre a Vale e a Fundação Biodiversitas, especialistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) participaram da pesquisa, que une a experiência da empresa no quadrilátero, por meio de estudos ambientais e monitoramentos realizados, à qualidade técnica dos autores. A Vale espera que o material contribua de forma prática para a identificação de peixes amostrados em trabalhos técnicos e científicos. O objetivo é a ampliação do conhecimento científico e o aprimoramento das políticas públicas e estratégias de conservação da ictiofauna brasileira.

Importante em termos econômicos e demográficos para Minas Gerais, o Quadrilátero Ferrífero inclui drenagens de cabeceiras de rios formadores das bacias do São Francisco (Velhas e Paraopeba) e Doce (Piracicaba, Carmo e, em pequena proporção, o Santo Antônio). Para ter uma ideia da relevância da ictiofauna da região, Minas é drenada por 17 bacias nas quais são encontradas 354 espécies de peixes, podendo-se considerar, pelo estudo, que a região do quadrilátero abriga cerca de 30% dos peixes encontrados no estado.

A ideia do guia surgiu da grande demanda de estudos ambientais contratados na região, que incluem uma análise aprofundada da vida aquática. Em função das características locais (áreas de cabeceira, cursos d’água de pequeno porte, trechos com corredeiras, entre outros), os peixes encontrados são peculiares e ainda pouco conhecidos.

As poucas informações, que antes estavam dispersas em bancos de dados, relatórios técnicos e publicações científicas, foram agrupadas às descobertas obtidas pelos autores e técnicos da empresa. O resultado foi um levantamento único do Quadrilátero Ferrífero, não só pelo volume, mas pela qualidade do estudo. Nas 215 páginas do guia, ilustrações precisas e verbetes dispostos de maneira didática facilitam também a utilização de não especialistas.

Os dados ampliam aqueles tradicionalmente encontrados nos livros vermelhos, em que são abordadas apenas as espécies ameaçadas de extinção, já que o guia reúne todas as conhecidas até o momento no Quadrilátero Ferrífero, tornando mais efetiva e segura a revisão das listas nacional e estadual de peixes ameaçados de extinção.

PRESERVAÇÃO As operações da Vale em Minas Gerais estão concentradas nessa região que, por apresentar ocorrência de mata atlântica e cerrado, também é considerada hotspot, ou seja, área prioritária para a conservação, por apresentar espécies raras, endêmicas e ameaçadas. A presença da empresa contribui para a conservação dessas áreas tanto pelo investimento em pesquisas quanto pela proteção de mais de 40 mil hectares em áreas verdes apenas no quadrilátero.

Produção de minério


O Quadrilátero Ferrífero é uma região do Centro-Sul de Minas, com 7 mil quilômetros quadrados, que produz a maior parte do minério de ferro do país. Abrange 34 municípios, entre eles Sabará, Mariana, Congonhas, Ouro Preto e Itabira. Além de minério, produz ouro e manganês. O auge foi o ciclo do ouro, que acelerou o povoamento, no século 17. Estão na região duas importantes bacias hidrográficas do estado (rios Doce e das Velhas).


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