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Estado de Minas

Estudante faz pedido a ladrão para devolver moto e revela drama após ficar sem o veículo

Karen Luana de Jesus diz que a moto era usada também para ajudar mãe no tratamento de hemodiálise. Em BH, ao menos 9 roubos ocorrem por dia


postado em 23/05/2015 06:00 / atualizado em 23/05/2015 07:35

"A gente trabalha tanto para ter as coisas para alguém vir e levar a moto em menos de 10 minutos? Estou tentando ser alguém na vida, estudar, fazer uma faculdade. Quero vencer", Karen Luana de Jesus, de 24 anos, estudante (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)

Uma rotina de estudo e trabalho comprometida por um crime praticado à luz do dia. Depois de ter sido surpreendida com o furto de sua moto Titan 150 cilindradas, na semana passada, a estudante de arquitetura Karen Luana de Jesus, de 24 anos, ainda tem esperança de recuperar o veículo, enquanto tenta adaptar os horários e as atividades à nova realidade. Depois de chorar durante todo o fim de semana, ela espera que o pedido de devolução feito em uma faixa afixada na Avenida Raja Gabaglia, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, toque o coração do ladrão que levou sua moto no dia 15. Uma semana depois foram inúmeras as mensagens de apoio recebidas por telefone. Mas, por enquanto, Karen permanece na estatística da Polícia Civil, que mostra que todos os dias ao menos nove motos são furtadas ou roubadas em BH. Os dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) se referem aos 11 primeiros meses do ano passado e são os últimos disponíveis.

“Não é só a perda de um bem material. Comprei a moto há menos de dois anos para facilitar os deslocamentos entre minha casa, trabalho e universidade e para ajudar minha mãe e meu irmão no tratamento de hemodiálise. Estou realmente muito chateada, porque todas essas atividades estão comprometidas”, desabafa. Desesperada com os transtornos que teria sem a moto, a jovem também distribuiu panfletos em comércios e na rua e pregou a faixa em frente ao trabalho. Karen mora no Bairro Icaiveras, na divisa de Contagem com Betim, na Grande BH, trabalha no Bairro Luxemburgo, na Região Centro-Sul da capital, e estuda arquitetura no Uni-BH, no Buritis (Oeste).

O percusso que faz diariamente, inclusive, foi determinante para a aquisição da moto. “Comprei justamente porque as distâncias que percorro todo dia são enormes. E é mais seguro andar de moto do que de ônibus, porque tenho que descer no meio do caminho e atravessar locais escuros e perigosos”, conta a jovem que ainda tem 13 parcelas de R$ 311 – do financiamento de 36 meses – para pagar. “A gente trabalha tanto para ter as coisas para alguém vir e levar a moto em menos de 10 minutos? Estou tentando ser alguém na vida, estudar, fazer uma faculdade. Quero vencer”, afirma. Segundo ela, por causa do financiamento feito para comprar o veículo, não consegue adquirir outra moto agora.

Faixa com pedido ao ladrão foi afixada na Avenida Raja Gabaglia(foto: Davidson Ferreira/Divulgação )
Faixa com pedido ao ladrão foi afixada na Avenida Raja Gabaglia (foto: Davidson Ferreira/Divulgação )

TRANSTORNOS EM CASA
A estudante também conta as dificuldades que o furto gerou em casa. A mãe e o irmão de Karen sofrem de insuficiência renal e é ela quem busca medicamentos para os familiares em postos de distribuição do estado, no Bairro Santa Efigênia. “Eles são debilitados, passam muito mal, por isso sempre os ajudo, levando e buscando em consultas e no tratamento de hemodiálise.

No dia do furto, Karen estacionou a moto por volta das 8h na altura do número 1.061 da Avenida Raja Gabaglia. Ao ir embora, às 18h, dirigiu-se para pegar o veículo e não o encontrou. “Não conseguia acreditar. Fui e voltei na fila de motos umas três vezes, procurando a minha e não achei. Fiquei desesperada”, lembra. A jovem disse que registrou o boletim de ocorrência no mesmo dia no Departamento Estadual de Trânsito (Detran). A ideia de começar a campanha com a faixa e os panfletos para tentar recuperar a moto começou três dias depois do furto. “Na segunda-feira, vi que precisava fazer alguma coisa, tanto para tentar encontrá-la quanto para alertar outros motociclistas sobre o perigo de parar ali. O que não podia era ficar quieta. ”

 

 


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