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Estado de Minas IDENTIDADE E COSTUMES

Crianças de BH descobrem que todo dia é dia de índio


postado em 19/04/2015 09:13 / atualizado em 19/04/2015 09:28

Hoje, 19 de abril, é a data em que se comemora o Dia do Índio. Mas você sabe como e por que ela surgiu? Foi há muito tempo, mais precisamente há 74 anos, quando ocorreu o 1º Congresso Indigenista Interamericano, no México. Outra pergunta: você acha suficiente pensar na história da população indígena do Brasil somente nesse dia ou acredita que seria mais justo pensar e respeitar os índios todos os dias do ano, como se espera que aconteça com a gente? Afinal, como canta aquela música da Baby Consuelo, “antes que os homens pisassem nas ricas e férteis terras Brasilis, todo dia era dia de índio”.

Imagine que cena incrível, a primeira vez que índios e portugueses se encontraram – ou desencontraram. Segundo o antropólogo, educador e escritor Darcy Ribeiro, que também escrevia livros infantis – a Global Editora acaba de lançar Fico, o gato do rabo emplumado – foi curioso. Da praia, os índios avistam aqueles barcos grandes, com suas velas que pareciam borboletas, e gritam em algazarra. Eles iam chegando, bonitos, com seus corpos pintados, as cabeças emplumadas e gritavam, olhando para mar: “Venham ver, venham ver. Só pode ser Maíra, o povo de deus que está chegando!”. Do lado do mar, os portugueses olhavam para a terra e viam um lugar bonito, com água abundante e um monte de índios pelados e sem vergonha nenhuma de estar assim. Resultado: pensaram imediatamente que esse povo deveria ser “salvo”.

Com projeto sobre os índios, alunos do Instituto Casa Viva, em BH, aprendem mais sobre os primeiros habitantes do Brasil(foto: Gladyston Rodrigues)
Com projeto sobre os índios, alunos do Instituto Casa Viva, em BH, aprendem mais sobre os primeiros habitantes do Brasil (foto: Gladyston Rodrigues)
Darcy Ribeiro começou a sua carreira pesquisando os índios, criou uma extensa obra em defesa da causa indígena e ajudou a criar o Parque do Xingu, que é um dos temas que vêm sendo estudados, num projeto sobre os índios brasileiros, por alunos de 6 a 8 anos no Instituto Casa Viva, em Belo Horizonte. “Estamos pesquisando o que os índios fazem. Existe um lugar que se chama Parque Indígena do Xingu e ele está sendo invadido por garimpeiros, pescadores, fazendeiros e mineradores”, avisa Clara Monteiro de Carvalho, de 8.

“Quero falar sobre o dia 19 de abril, que foi escolhido como o Dia do Índio. Os índios estavam sendo caçados e escravizados e, nesse dia 19, algumas tribos se juntaram. Por isso, essa data foi a escolhida”, ensina Bernardo Ludovico Liberato, de 7. “Até agora, o que achei mais legal (no projeto) foi saber sobre as plantas medicinais, coisas que eles plantavam para comer”, diz Pedro Braz de Vasconcelos, de 7. “A tribo Pataxó é a maior do mundo”, observa Felipe Furtado Santos, de 8, ele próprio descendente de índio. “Minha mãe tem uma tia que é índia”, revela.

Seu colega Henrique de Moura e Morais, de 8, explica que os índios do Xingu, embora tenham suas terras demarcadas na reserva, estão sendo obrigados a mudar as barracas de lugar por causa da invasão das pessoas, que estão andando e pescando nos rios deles. “Os índios têm um líder, que é chamado de cacique, mas ele não manda em tudo. As coisas são resolvidas numa reunião, com votação. O que tiver mais votos será feito, na política deles”, comenta Bernardo. Para encerrar o assunto, Pedro afirma que “não vale a pena ter um só dia do índio. Eles precisam ser respeitados todos os dias, assim como nós somos”.


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