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Estado de Minas

Risoleta Neves e Hospital das Clínicas reduzem leitos e cancelam cirurgias por falta de material

O problema é a falta de repasses pelos governos estadual e federal, que deixa as unidades sem dinheiro para pagar fornecedores


postado em 21/01/2015 13:48 / atualizado em 22/01/2015 07:44

O Hospital Risoleta Tolentino Neves passa por uma crise financeira que está obrigando a diretoria a reduzir leitos na unidade de saúde. De outubro até agora mais de 40 leitos foram fechados por causa da falta de material e medicamentos para receber novos pacientes. As pessoas internadas continuam recebendo atendimento integral, mas o pronto-socorro diminuiu a entrada de pacientes, o que pode ser ainda mais reduzido em fevereiro e março. O problema é a falta de repasse de verbas dos governos estadual e federal, mesma dificuldade enfrentada pelo Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Os recursos do Risoleta são resultado de negociação junto aos gestores do governo de Minas Gerais e Prefeitura de Belo Horizonte com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)/Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep). De acordo com o diretor, Ricardo Castanheira, o Risoleta apresenta desde 2013 déficit operacional de R$ 21 milhões. Além do balanço negativo, a crise se agravou por causa do atraso no fluxo de recursos do Estado e da União.

“É uma tensão enorme para a equipe que está trabalhando. É uma crise de um hospital que gasta mais do que tem e uma crise aguda de recursos para comprar material”, explica Castanheira. Segundo ele, a unidade de saúde tem uma dívida de aproximadamente R$ 6 milhões com fornecedores, porque a Fundep, que apoia esses pagamentos, está sem condições. Assim, a administração do Risoleta começou a não pagar os distribuidores de medicamentos, solução de diálise, material para raio X, limpeza e manutenção de equipamentos. Muitos fornecedores param de entregar os produtos ao hospital, o que obriga a redução de leitos.

De acordo com o diretor, a prioridade é não atrasar o pagamento de pessoal. Castanheira destaca que em outros momentos o Risoleta Neves viveu crises de repasse, mas conseguia sanar dificuldades com apoio da Fundep, que hoje não tem mais “fôlego” para fazer o pagamento. “Agora é mais grave”, afirma o diretor. Segundo Castanheira, há uma promessa de envio de recursos para o hospital. A administração aguarda o repasse e avalia diariamente a possibilidade de redução de leitos e atendimento. “Se o dinheiro não vier, vou ter que restringir”, afirma o diretor.

MAIS CRISE
O Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais enfrenta problema parecido. Transplantes chegaram a ser suspensos na unidade por falta de material para cirurgias. Faltaram também médicos no hospital.

Nos últimos dias, o HC recebeu repasse financeiro de valores de produção do Sistema Único de Saúde (SUS) e está regularizando o pagamento aos fornecedores de insumos, para assegurar o abastecimento de material médico hospitalar e de medicamentos. Profissionais aprovados em concurso público estão sendo contratados e, a equipe médica, responsável pela realização dos transplantes de fígado e pâncreas-rim, já está completa.

Mesmo com a reestruturação parcial, casos os transplantes não possam ser atendidos pelo HC, os pacientes eceberão cuidado integral do Hospital Felício Rocho, que é credenciado e com o qual foi negociada a realização dos procedimentos.

A Fundep informou que realiza a gestão administrativo-financeira do Risoleta Neves a partir de um orçamento aprovado e o parceiro responsável pelo repasse de recursos à Fundação para gestão desse Hospital é a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte.


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