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Estado de Minas

Mais um ônibus é incendiado por moradores após ação da PM que deixou um morto

Veículo foi incendiado na Avenida Tereza Cristina no início da tarde deste domingo. Outro veículo já havia sido destruído na noite passada. Abordagem policial a um adolescente terminou em tumulto. Um jovem de 23 anos foi baleado


postado em 23/11/2014 13:30 / atualizado em 23/11/2014 13:47

Ônibus foi incendiado perto do local onde outro veículo havia sido atacado(foto: Cristina Horta/EM/DA Press)
Ônibus foi incendiado perto do local onde outro veículo havia sido atacado (foto: Cristina Horta/EM/DA Press)


Mais um ônibus foi incendiado por moradores em represália a uma ação da Polícia Militar que terminou com um morto na noite de sábado em um aglomerado no Bairro Calafate, Região Oeste de Belo Horizonte. Segundo o Corpo de Bombeiros, o incêndio no coletivo começou por volta das 12h40 na Avenida Tereza Cristina, sentido Centro, e já foi controlado. O fogo atingiu a rede elétrica e a Cemig precisou ser acionada para fazer o reparo.

O clima é tenso no local desde a noite passada. As versões da polícia e dos moradores divergem. De acordo com a PM, consta no boletim de ocorrência que uma equipe fazia uma incursão no Beco Biguatinga, que fica no Aglomerado Bimbarra. O beco é conhecido como ponto de venda de drogas.

A equipe se dividiu nos dois extremos do beco e um dos policiais abordou um adolescente de 15 anos, que estava com oito pinos de cocaína. O policial apreendeu o menor e chamou os outros colegas. Enquanto aguardava o reforço, ele foi abordado pelo pai do adolescente e outros três homens, que tentaram impedir a apreensão. O homem tentou tomar o filho e os outros homens agrediram o policial com socos e chutes. Durante a ocorrência, um grupo de 50 pessoas foi para o local e hostilizou a ação, agredindo os outros policiais.

O adolescente conseguiu escapar durante a confusão generalizada. Ainda de acordo com a polícia, um jovem de 23 anos entrou em luta corporal com um PM e tentou tomar sua arma, momento em que houve um disparo. O rapaz identificado como Alexandro de Souza foi atingido na cabeça. Ele foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Oeste, mas não resistiu.

A confusão continuou e a viatura dos policiais foi danificada a pedradas. Os policiais chegaram a usar balas de borracha e uma bomba de efeito moral para conter os moradores. Ninguém foi atingido. Ainda no tumulto, moradores se revoltaram e incendiaram um ônibus na Via Expressa. Segundo os bombeiros, foram gastos 3 mil litros de água para combater o fogo. O veículo foi completamente destruído, impossibilitando a identificação da linha.

Os policiais e o pai do adolescente abordado foram atendidos em hospitais e liberados. A arma de onde teria partido o disparo foi recolhida. De acordo com a Polícia Civil, o pai do adolescente foi autuado por resistência e depredação ao patrimônio público na Central de Flagrantes da Polícia Civil (Ceflan 2). Ele foi levado para o Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) Gameleira. A investigação ficará a cargo da 2ª Delegacia de Polícia Civil Sul, que deve receber a ocorrência na segunda-feira. No início da tarde, o corpo de Alexandro ainda estava no Instituto Médico Legal (IML) enquanto a família providenciava documentos para a liberação.

MORADORES A reportagem do EM esteve no aglomerado na manhã deste domingo e os moradores apresentaram uma versão diferente da que consta no boletim de ocorrência da Polícia Militar. Segundo eles, o adolescente de 15 anos tem problemas mentais e não estava com drogas quando foi abordado. Ao ver o garoto detido, o pai foi até os policiais e o retirou da abordagem. Enquanto levava o filho pela rua, os dois teriam sido agredidos pelos PMs. Um grupo de pessoas que estava na calçada viu a situação e correu até eles, questionando o que estava acontecendo.

Ainda de acordo com os moradores, Alexandro Souza, que é filho de um líder comunitário, estava mais à frente e teria caído ao ser golpeado por um policial. Ao levantar, ele foi atingido por um tiro. O jovem teria morrido antes de ser levado à UPA Oeste. Ainda na versão dos moradores, durante a confusão, o adolescente que foi abordado não fugiu. Ele também foi atingido com um disparo na virilha, sendo socorrido para o Hospital Odilon Behrens. (Com informações de Junia Oliveira)


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