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Estado de Minas

Camponês morto por boi é enterrado e parentes ainda estão surpresos com ataque

Dois animais fogem de caminhão durante o desembarque em uma fazenda na zona rural de Matias Cardoso, no Norte de Minas, invadem ilha do São Francisco e um deles ataca lavrador


postado em 20/11/2014 06:00 / atualizado em 20/11/2014 07:17

1- Carreta de transporte de bois desembarca animais em fazenda de Matias Cardoso e dois escapam 2- Bois atravessam o Rio São Francisco e chegam à Ilha Curimatã 3- Boi bravo ataca lavrador, que tenta afastá-lo com um pedaço de pau Três lavradores escapam subindo em uma goiabeira e outro vitima se escondee atrás de uma mangueira 4- Boi que matou lavrador é abatido a tiros por policias militares, mas antes ele pisoteou um soldado(foto: QUINHO)
1- Carreta de transporte de bois desembarca animais em fazenda de Matias Cardoso e dois escapam 2- Bois atravessam o Rio São Francisco e chegam à Ilha Curimatã 3- Boi bravo ataca lavrador, que tenta afastá-lo com um pedaço de pau Três lavradores escapam subindo em uma goiabeira e outro vitima se escondee atrás de uma mangueira 4- Boi que matou lavrador é abatido a tiros por policias militares, mas antes ele pisoteou um soldado (foto: QUINHO)

Manoel Carlos da Conceição, de 54 anos, lavrador da Ilha Curimatã, no Rio São Francisco, em Matias Cardoso, Norte de Minas, morreu de um forma que nenhum dos poucos moradores do lugar poderia imaginar: atacado por um bravo e incontrolável boi nelore, raça reconhecidamente irascível. O animal só foi contido a tiros, disparados por militares, e o corpo do camponês foi sepultado nessa quarta-feira no cemitério municipal de Manga, na mesma região. Um policial ficou ferido e outras quatro pessoas escaparam por pouco da ferocidade bovina.

Manoel interrompeu a reforma de um barracão, no começo da tarde dessa quarta-feira, para almoçar e tirar um cochilo, a fim de descansar o corpo. Com ele, estava o cunhado, João José Brito, de 71. Aparentemente, nada poderia incomodá-lo naquele lugar onde quase nunca nada altera a rotina. O latido dos cães o despertou. Assustou-se com dois bois brancos raivosos. Ele pensou logo em proteger a plantação do pisoteio e pegou um pedaço de pau para tanger os animais. Um dos bovinos, que na fase adulta pesa em média 400kg, avançou sobre ele e o atingiu nas costelas. O lavrador morreu ali mesmo.

João José Brito até tentou evitar o ataque ao cunhado. Armou-se de uma foice, mas a agressividade dos animais era tanta e, na iminência de ser também atropelado, correu em busca de abrigo. Outros três trabalhadores rurais que estavam na área subiram em uma goiabeira e João José, que não pôde fazer o mesmo por causa da idade avançada, escondeu-se atrás do tronco de uma grande mangueira e escapou. Policiais militares, que já seguiam os animais, chegaram à ilha e um deles caiu sobre as patas do boi. Só não morreu porque um colega abateu o nelore a tiros.

No enterro de Manoel Carlos, surpresa com o ocorrido e comoção. “O caso chocou a nossa comunidade. As pessoas demoraram a acreditar que isso aconteceu”, disse Aline Acipreste, integrante do Conselho Tutelar dos Direitos da Criança e dos Adolescente de Manga.

De acordo com relato de testemunhas, os bovinos escaparam da carroceria de um caminhão-boiadeiro que os desembarcava em uma fazenda em Matias Cardoso, município vizinho ao de Manga (veja arte). Era bois bravios, usados em festas e competições de rodeio pelo interior do país. Os animais correram em direção ao São Francisco, que está com o nível muito baixo por causa da estiagem, uma das piores que já atingiu a região, e da redução do volume de água liberado pela Usina Hidrelétrica de Três Marias.

Os dois bois rebeldes percorreram cerca de 200 metros do braço quase seco do rio e chegaram à Ilha Curimatã para quebrar o sossego do lugar e tirar a vida de Manoel Carlos. Conforme relato de um dos militares, não houve outro meio de controlar os animais, a não ser a tiros. O mais bravo, o que atacou o lavrador, foi abatido. Os donos dos bois, não localizado nem identificado pelos policiais e pelo EM, seria um fazendeiro que mora em Belo Horizonte. O caso foi repassado à Polícia Civil, que vai apurar a responsabilidade pelo incidente.



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