Um dos estelionatários mais procurados do Brasil morreu ao passar mal dentro do primeiro complexo penitenciário do país com gestão público-privada, em Ribeirão das Neves, Região Metropolitana de Belo Horizonte. O advogado Nilton Valim Lodi, de 46 anos, recebeu atendimento na unidade prisional mas foi levado para o Hospital São Judas Tadeu. Ele não resistiu e morreu nesse domingo. De acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), um Procedimento Interno de Apuração foi aberto para apurar o caso.
O advogado, que tem uma longa ficha criminal, passou mal na última terça-feira. Segundo a Seds, ele fazia acompanhamento médico devido a uma cirurgia de redução de estômago. O detento foi atendido na unidade e encaminhado para o hospital, onde ficou internado. A morte foi confirmada por volta das 13h30.
Nilton Lodi foi preso em maio de 2011 em uma mansão em Sete Lagoas. Para escapar da polícia, já que era procurado pela Federal e Civil de dois estados, ele fez várias cirurgias plásticas e até mudou de nome. Quando foi encontrado, chegou a até oferecer suborno aos policiais. Para o investigador Eisenhower Soares de Almeida, que participou da operação que culminou com a prisão do homem, o detento estava tentando artifícios para cumprir a pena em regime semi-aberto. “Ele estava tentando uma prisão domiciliar e, por isso, estava provocando uma doença para ganhar o benefício. Ficava sem almoçar e jantar e ia para o hospital direto. Fazia isso para tentar burlar a lei”, disse o investigador. As causas da morte não foram informadas.
A prisão de Nilton foi realizada por uma equipe da Delegacia de Tóxicos de Sete Lagoas. O advogado estava em uma casa de alto luxo, localizada na Avenida Raquel Teixeira Viana, no Bairro Canaã. Aos policiais, Nilton, que pesava cerca de 100 kg a menos em relação a última vez que foi preso, se apresentou como Gabriel Airan Kowalski, portando um documento falso. Descoberta a farsa e identificado o histórico criminal dele, o advogado ofereceu aos policiais R$ 20 mil. Ele recebeu voz de prisão em flagrante por corrupção ativa e falsidade ideológica. Na casa, os policiais apreenderam dois veículos importados, um carro Hyundai I30 e uma moto Suzuki 30.
De acordo com a Polícia Civil, Nilton atuava como advogado em Palmas, no Tocantins, onde tinha registro ativo da Ordem dos Advogados do Brasil. Lá, ele foi condenado por desvio de dinheiro público e tentativa de homicídio. Também aplicou golpes financeiros em Araçatuba, interior de São Paulo, onde foi investigado pela Polícia Federal. Conforme a Polícia Civil, o detento cumpre pena superior a 80 anos.