Diante da expectativa de que várias rodovias serão interditadas por manifestantes hoje, a Polícia Rodoviária Federal terá mais 120 agentes em ação em Minas. A corporação já conta com reforço de 300 homens e mulheres de outros estados durante a Copa das Confederações e chegará a 420 hoje. Ontem, houve mais manifestações nas estradas.
O impacto foi proporcional à lista de reivindicações dos moradores, que saíram da rodovia só depois da chegada do secretário de Administração Regional Barreiro, Wanderley Porto. Ele se comprometeu a receber um grupo de 10 manifestantes para encaminhar as demandas.
Segundo representantes do movimento, há mais de dois meses a comunidade tenta se reunir com a prefeitura. O principal pedido é a construção de ligação entre Olhos D’água e Jardim Liberdade, com via de acesso à região, hoje limitada à BR-040.
“Essa obra está eternamente no Orçamento Participativo e nunca sai do papel”, afirmou Valdinei Ferreira, de 32 anos. Outra demanda é a abertura da Rua Armando Tauil, no Pilar, acesso alternativo para o tráfego pesado de caminhões da Rua São Pedro da Aldeia.
“Vamos conversar com a BHTrans sobre a possibilidade de mais linhas no bairro. Solicitaremos à Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) estudos e projetos para fazer a ligação do Olhos d’água ao Jardim Liberdade”, disse o secretário. Segundo ele, o campo de futebol e a abertura da Rua Armando Tauil envolvem causas na Justiça entre o estado e particulares. “O estado se comprometeu a construir um campo enquanto esse problema não é resolvido”, afirmou Porto.
À noite, o Anel foi fechado por mais de duas horas, na altura do Bairro Betânia. Manifestantes queimaram pneus, pedaços de madeira e lixo. Motoristas foram atacados por assaltantes e chamaram a polícia, que mandou um helicóptero para a região, mas ninguém foi preso. O trânsito foi liberado às 20h25.
FERNÃO DIAS Cerca de 100 moradores do Bairro Citrolândia, em Betim, na Grande BH, voltaram a fechar a Fernão Dias na altura do km 502, exigindo a presença do prefeito Carlaile Pedrosa (PSDB) para discutir reivindicações sobre saúde e habitação. Um grupo foi recebido pelo chefe do Executivo.
A interdição total da BR-381 começou às 10h. Duas horas antes, parte dos moradores ocupou a marginal no sentido São Paulo. “Temos duas unidades básicas e um hospital sem médicos. Além disso, faltam remédios”, afirmou Gilson Baeta, representante dos manifestantes. Outra reivindicação é a entrega de 600 apartamentos do programa Minha Casa, Minha Vida, atrasada há oito meses, segundo a comunidade. O engarrafamento passou de cinco quilômetros nos dois sentidos.
A prefeitura informou que cinco vagas para médicos em Citrolândia continuam abertas, mas admite que é difícil encontrar quem aceite trabalhar no bairro. A previsão é de que os apartamentos sejam entregues em outubro, após as adequações na rede de água e esgoto. Será marcada reunião com as polícias Civil e Militar para tratar da segurança, mas já ficou definida a volta da patrulha escolar e instalação de câmeras pela prefeitura.
Na MG-020, moradores do Bairro Ribeiro de Abreu, Norte de BH, voltaram a interditar o tráfego para cobrar melhorias no transporte e mudanças na iluminação pública. O grupo ocupou a via por volta das 5h30, mas liberou meia hora depois. (Colaborou Celina Aquino)
PROTESTO EM MOEDA
Moradores da cidade de Moeda, na Região Central de BH, conhecida pela produção de leite e doces e prática de voo livre, parou ontem para protestar por melhorias nos serviços de saúde e educação e reclamar do tráfego de caminhões carregando areia retirada do Rio Paraopeba. Cerca de 4 mil pessoas passaram em frente ao Centro de Saúde e da Escola Municipal Cláudio Pinheiro de Lima e cobraram transparência do poder pública. O município tem 4,7 mil habitantes. O tenente Felipe, responsável pelo comando local da Polícia Militar, informou que o protesto começou às 8h e foi até o meio da tarde e não houve incidentes. Líder do movimento, o representante comercial Elenízio Ferreira disse que a população sofre com poeira e há casos de rachaduras em casas por causa do tráfego de caminhões pesados nas ruas. A denúncia foi apresentada este ano ao Ministério Público.