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Estado de Minas

Polícia está na caçada a sequestradores que levaram jovem em Cássia

Agentes fazem diligências em Minas e São Paulo à procura de bandidos e investigam se eles têm ligações com a família


postado em 21/09/2012 06:00 / atualizado em 21/09/2012 07:08

A polícia mineira ainda tenta identificar os sequestradores da adolescente Clara Alves Campos, de 15 anos, sequestrada em Cássia, no Sul de Minas, quando ia para a escola. Segundo o chefe do Departamento de Operações Especiais da Polícia Civil (Deoesp), delegado Vicente Ferreira Guilherme, os agentes investigam se os bandidos têm alguma relação com a família, já que a carta em que pediam resgate de R$ 1 milhão estava endereçada ao pai e ao avô da estudante, cafeicultores na região. Capturada na manhã de terça-feira, Clarinha conseguiu se libertar no dia seguinte perto de Patrocínio Paulista, no interior de São Paulo. A polícia de São Paulo dá apoio ao trabalho dos policiais de Minas.

“Não podemos descartar nada ainda. Há possibilidade de os sequestradores serem de São Paulo, mas a cidade fica na divisa com Cássia. Estamos fazendo os levantamentos iniciais para chegarmos aos autores. Quando descobrirmos onde fica o cativeiro, 80% do trabalho estarão concluídos”, afirma o delegado, que ainda está no Sul de Minas.


Até o momento, apenas os pais, o avô e algumas testemunhas da abordagem dos bandidos prestaram depoimento. Clara não pôde fazer o retrato falado dos bandidos, porque passou a maior parte do tempo encapuzada. Quando ela não estava com os olhos tapados, os criminosos apareciam com o rosto coberto. A família da adolescente informou não ter inimigos e inicialmente não suspeita de ninguém.


Um dos levantamentos da Polícia Civil é para identificar o carro usado no sequestro. Testemunhas disseram ser um Celta e os investigadores checam se houve carro nesse modelo roubado na região. Ontem, Clara deu uma entrevista em sua casa e agradeceu as orações dos amigos e moradores de Cássia, que fizeram vigília até o fim do sequestro.


Ela foi rendida na manhã de terça-feira, quando se preparava para seguir de carro com a mãe para a escola, como fazia todos os dias. A jovem foi levada à força e os bandidos chegaram a dar dois tiros no chão. Eles jogaram no carro uma carta, em que exigiam R$ 1 milhão de resgate. O dinheiro, segundo a família, não foi entregue. Clara conta que os sequestradores estavam armados a todo tempo, mas nada fizeram de mal.


Orações

Em entrevista, a jovem disse que foi levada para uma casa, onde passou a noite trancada em um quarto, com apenas uma cama. Os criminosos lhe deram água e comida. “Não dormi nada. Só rezava e chorava”, contou. Segundo ela, os bandidos disseram que negociariam com o pai e o avô dela e que tudo acabaria bem. Na manhã de quarta-feira, Clara foi colocada no porta-malas do carro e levada para um matagal. A menina foi amarrada a uma árvore, mas conseguiu se soltar.


Ela diz que seguiu por uma estrada de terra e pediu carona ao chegar à rodovia. O motorista a levou para a delegacia de Patrocínio Paulista. “Não fazia ideia de onde estava”, contou Clara em entrevista à imprensa ontem. Irmã da adolescente, Poliana Alves Campos disse que ela conseguiu descansar na primeira noite de volta à casa da família e recebeu os amigos da escola durante a tarde. De acordo com Poliana, estudante de direito, a família quer esquecer as 30 horas de angústia. “Ela não viu nada. Quando não estava vendada, eles estavam encapuzados. Foram espertos. Conversaram o mínimo possível e ela não pôde perceber nada na voz. A gente reza por eles e só queremos esquecer. Esperamos justiça, mas não queremos vingança”, afirmou a irmã.


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